quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Qual minha religião!?


Li esse texto e achei bem interessante, vale a pena compartilhar, texto do nosso grande mestre Flavio Siqueira.

Sempre me perguntam qual minha religião. Natural, afinal, ao longo da vida somos expostos a inúmeras correntes de pensamentos, doutrinas, teorias e afins. Não é só isso. Vivemos em dias difíceis onde o fluxo natural é baseado em consumo de imagem. Onde a estética está acima do conteúdo e as referências do “eu” fica a mercê do julgamento da media. Deixamos de ser indivíduos e viramos massa, 
coletividade, medíocres  Coloque tudo no pacote e veja o quanto somos intoxicados, o quanto nossos sentidos naturais de percepção ficaram entupidos.

Entre em uma sala com muitos sons. Você só ouvirá barulho e não discernirá nenhum.
Entre em uma sala com muitos cheiros. Será que conseguirá diferenciar cada um ou o que sentirá será a somatória de todos que criarão outro cheiro?
Olhe para uma paisagem carregada de cores imagens,a rua lotada de gente, a multidão na arquibancada e o que verá além do volume, da massa, do produto da somatória de muitos ?
Agora me diga: O que de melhor podemos extrair das religiões, a não ser que façamos ao próximo o que gostaríamos que fizessem a nós, exercendo todos dias, nas dimensões que estivermos, o dom do amor?
Qual religião estimula a ligação dos bichos que vivem na selva, da selva que cuida dos bichos, da natureza que -apesar de nós- nos cuida, alimenta e proporciona a vida no planeta ? Por acaso os peixes nas profundezes do oceano tem religião ? Qual a doutrina de um lobo no Oeste americano ou do cachorrinho que mora em nossas casas ? E aquela criança, cheia de simples doçura e percepção do que realmente importa, amiga de todos, solidária e feliz, foi doutrinada em qual dos “ismos”? Com que mentoria? Qual hermenêutica?
Um dia fomos todos simples de coração e o software da fé (mente de Deus- como tem se falado por aí) estava em nós. Nossa única tarefa era ver, escutar e perceber o que já está ai com simplicidade, com verdade e pureza de olhar.
Aos poucos, por uma serie de razões, nossa intoxicação mental/espiritual nos levou a acreditar que são os estereótipos, as confissões públicas, os grupos, ritos, doutrinas ou o que quer que seja que deveria se sobrepor ao que nem dávamos nome, mas era a essência de nossos corações.
Me responda: Qual religião está além do que naturalmente posso ser e fazer em espontaneidade e amor por quem precisa ?
Preciso de uma doutrina pra saber o que é bom e natural nos bichos, na natureza e em nós mesmos ? Que diferença faz se eu acredito que o céu é de ouro, algodão, se parece com um hospital, se existe em um dos mundos paralelos ou se é dentro de mim ?
O que muda se chamo a Deus de deus, alá, o qualquer nome que pretenda dar? Muda o que além de nossas tolas ambições e tamanha capacidade de discutir, brigar e matar pelo que não tem a menor importância ?
Quer saber a verdadeira religião? Viva com simplicidade, resgate o “dom” de enxergar a vida, subverta os conceitos do fluxo dos dias de hoje, perceba a vida como milagre com o coração cheio de gratidão sabendo que, na verdade, Deus é amor.
O resto, o que sobrar e não fizer diferença, a isso chamaremos de religião.
Do blog flaviosiqueira.com


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