terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Algumas frases ateístas...


“Eu sou a favor de um diálogo entre a ciência e a religião, mas não um produtivo. Estou incomodado com o fato … que muitas pessoas estão tendo a (falsa) impressão de uma feliz reconciliação entre a ciência e a religião … Religião … é um insulto à dignidade humana. Com ou sem elas teríamos pessoas boas fazendo o bem e pessoas más fazendo o mal. Mas para pessoas boas fazerem coisas más é necessária a religião.”

Steven Weinberg, Físico ganhador do Prêmio Nobel, refutando o “design inteligente” e o suporte científico da teologia, na conferência “Programa de Diálogo Entre Cientistas e Religião”, Associação Americana para o Avanço da Ciência, Washinton DC, Abril de 1999. Artigo de Steven Kloehn, Tribuna de Chicago, 18/4/99 em Corpus Christi Caller-Times


“Eu sou ateu, sou sim. Levei um longo tempo para dizer isso. Eu tenho sido um ateu por anos e anos, mas de algum modo eu senti que era intelectualmente inaceitável dizer que alguém é um ateu, porque isso assumia um conhecimento que ninguém tem. De algum modo era melhor dizer que alguém era um humanista ou agnóstico. Eu não tenho a evidência para provar que Deus não existe, mas eu suspeito tanto que ele não existe que eu não quero perder meu tempo.”
Isaac Asimov


“A religião é o ópio do povo”.
Karl Marx.


“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil”.
Seneca, o Mais Jovem


“Religião é ilusão.”
Thomas Edson.


“Eu sou contra a religião porque ela nos ensina a nos satisfazermos ao não entender o mundo.”
Richard Dawkins


“Religião é uma coisa excelente para manter as pessoas comuns quietas”.
Napoleão Bonaparte


“O cristão comum é uma figura deplorável, um ser que não sabe contar até três, e que, justamente por sua incapacidade mental, não mereceria ser punido tão duramente quanto promete o cristianismo”.
Nietzsche.


“Quanto mais aprendemos, de menos deuses precisamos. A crença em Deus é somente a resposta de um mistério por outro mistério, dessa forma não respondendo nada”.
Dan Barker.


“Não acredito em Deus porque nunca o vi. Se ele quisesse que eu acreditasse nele, sem dúvida que viria falar comigo e entraria pela minha porta adentro dizendo-me: ‘Aqui estou!’”.
Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa, 1888-1935), em “O guardador de rebanhos, 1911/ 19123.


“Deus é uma hipótese, e, como tal, depende de prova: o ônus da prova cabe ao teísta”.
Percy Bysshe Shelley (1792-1822).


“Eu não temo morrer e ir pro Inferno ou (o que seria consideravelmente pior) ir para a versão popularizada do Paraíso. Eu espero que a morte seja um nada e, por me remover todos os medos possíveis da morte, eu sou muito agradecido ao ateísmo.”
Isaac Asimov, como citado na Corvallis Secular Society, 1997


“A verdade não tem que ser aceita com fé. Os cientistas não seguram suas mãos todo Domingo, cantando, ‘Sim a gravidade é real! Eu vou ter fé! Eu vou ser forte! Amém.’”
Dan Barker, ex-evangélico e autor


“Eu sou ateu porque não há evidência para a existência de Deus. Isso deve ser tudo o que se precisa dizer sobre isso: sem evidência, sem crença.”
Dan Barker, Perdendo a Fé na Fé: De Padre A Ateu


“A fé é a crença ilógica na existência do improvável.”
Fernando Krynski Bianchi


“Se a bíblia está errada ao nos dizer de onde viemos, como podemos confiar nela ao dizer pra onde iremos?”
Justin Brown


“Cada vez que ouço cristãos falarem de moral, sinto revoltar-me o estômago”.
Karlheinz Deschner.


“Não posso provar que deus não existe, mas também não posso provar que cogumelos não poderiam estar em espaçonaves intergalácticas nos espionando”.
Daniel Dennett.


“Acreditar é mais fácil do que pensar. Daí existem muito mais crentes do que pensadores.”
Bruce Calvert


“A inspiração da Bíblia depende da ignorância da pessoa que a lê”.
Robert G. Ingersoll, político e professor Americano.


“Por simples senso comum não acredito em Deus, em nenhum.”
Charlie Chaplin, no “Manual do Ateísta Perfeito” por Rius


“Deuses são coisas frágeis; eles podem ser mortos com uma baforada de ciência ou uma dose de senso comum.”
Chapman Cohen


“Seres humanos nunca pensam por si mesmos, acham muito desconfortável. Na maior parte, os membros de nossa espécie simplesmente repetem o que lhes é dito - e ficam aborrecidos quando expostos à qualquer ponto de vista diferente. O traço característico humano não é o conhecimento mas a conformidade, e a característica resultante é a guerra religiosa. Outros animais lutam por território ou comida; mas, singularmente no reino animal, os seres humanos lutam por suas ‘crenças.’ A razão é que as crenças guiam o comportamento, que tem uma importância evolucionária entre os humanos. Mas numa época onde o nosso comportamento pode nos levar à extinção, não vejo razão para assumir que temos qualquer conhecimento. Somos conformistas teimosos e auto-destrutivos. Qualquer outro ponto de vista da nossa espécie é apenas uma ilusão auto-congratulatória.”
Michael Crichton em “O Mundo Perdido”


“Eu era ortodoxo na época em que estive a bordo do Beagle. Lembro-me de provocar gargalhadas em vários oficiais por citar a Bíblia como uma autoridade incontestável (…). Nesse período, entretanto, percebi pouco a pouco que o Velho Testamento (…) não merecia mais confiança do que os livros sagrados dos hindus ou as crenças de qualquer bárbaro. (…) Eu não estava disposto a desistir de minha crença com facilidade, lembro-me das inúmeras vezes em que inventei devaneios com a descoberta de antigas cartas entre romanos ilustres e de antigos manuscritos em Pompéia, ou em algum outro lugar, que confirmassem de maneira admirável tudo o que estava escrito nos Evangelhos. Mas eu tinha uma dificuldade cada vez maior, soltando as rédeas de minha imaginação, de inventar provas suficientes para me convencer. Fui tomado lentamente pela descrença, que acabou sendo completa. A lentidão foi tamanha que não senti nenhuma aflição, e desde então nunca duvidei de que minha conclusão foi correta. Aliás, mal comigo entender como alguém possa desejar que o cristianismo seja verdadeiro.”
Charles Darwin, Autobiografia 1809 – 1882


“A ignorância suplica confiança mais freqüentemente do que o conhecimento: são aqueles que sabem pouco, e não os que sabem muito, que afirmam tão positivamente que esse ou aquele problema nunca serão resolvidos pela ciência.”
Charles Darwin, Introdução, The Ascent of Man, 1871


“Se render à ignorância e chamá-la de Deus sempre foi prematuro, e continua prematuro até hoje.”
Umberto Eco


“Se deus queria que as pessoas acreditassem nele, por que então ele inventou a lógica?”
David Feherty, jogador de golfe da PGA Tour


“Quando o primeiro espertalhão encontrou o primeiro imbecil, nasceu o primeiro deus.”
Millor Fernandes


“[É] possível atrever-se a considerar a neurose obsessiva como o correlato patológico da formação de uma religião, descrevendo a neurose como uma forma de religiosidade individual, e a religião como uma neurose osessiva cultural.”
Sigmund Freud, Atos obsessivos e práticas religiosas-1907


“Já uma vez antes, como crianças de tenra idade, nos encontramos em semelhante estado de desamparo, em relação a nossos pais. Tínhamos razões para temê-los, contudo estávamos certos de sua proteção. Com relação à distribuição dos destinos, persiste a desagradável suspeita de que a perplexidade e o desamparo da raça humana não podem ser remediados. Isto justifica o anseio do homem pelo pai e pelos deuses, que mantém sua tríplice missão: exorcizar os terrores da natureza, reconciliar os homens com a crueldade do destino, particularmente a demonstrada pela morte, e compensá-los pelos sofrimentos e privações que a vida lhe impôs. Assim se criou a religião, da necessidade que tem o homem de tolerar o desamparo, e construída com o material das lembranças do desamparo de sua própria infancia, na continuação de um protótipo infantil universal.”
Sigmund Freud, O Futuro de uma Ilusão


“Desde que o universo tenha um começo, podemos supor que ele teve um criador. Mas se o universo é completamente auto-contido, não tendo fronteiras ou bordas, ele não seria nem criado nem destruído… Ele simplesmente seria. Que lugar há, então, para um criador?”
Stephen W. Hawking, cientista Inglês


“Você nunca vê animais fazendo as absurdas, e às vezes horríveis, enganações da mágica e da religião. Apenas o homem se comporta com tal enganação gratuita. Esse é o preço que ele tem que pagar por ser inteligente mas não, porém, inteligente o suficiente.”
Aldous Huxley, autor


“A fé é freqüentemente a vaidade do homem que é muito preguiçoso para investigar.”
F. M. Knowles


“Algum homem primitivo um dia inventou a faca, para cortar peles e alimentos. Eis o cientista. Outro roubou seu invento e então o usou para matar. Eis o empresário. Outro regularizou aquele roubo e os assassinatos. Eis o político. Outro justificou a matança dizendo que era o desígnio de algum deus. Eis o religioso”.
Francisco Saiz.


“As instituições religiosas são a cegueira do pensamento crítico”.
Victor Mendonça.


“‘Superstição’… que palavra estranha esta! Se a gente acredita no bom Deus, isto se chama ‘ter fé’, mas se a gente acredita em astrologia ou na sexta-feira 13, o nome muda para ’superstição!’”.
Sofia Amundsen em “O Mundo de Sofia” de Jostein Gaarder.


“Através dos anos percebi que o deus pra quem eu rezava era o deus que eu inventei. Quando eu falava com ele, falava comigo mesmo. Ele não tinha conhecimento ou qualidades que eu não tenho. Quando percebi que deus era uma extensão da minha imaginação, parei de rezar pra ele”.
Howard Kreisner, âncora do programa “The American Atheist Hour”.


“O cético não tem ilusões sobre a vida, nem uma crença inútil na promessa de imortalidade. Já que a vida aqui e agora é tudo o que podemos conhecer, nossa opção mais sensata é vivê-la ao máximo.”
Paul Kurtz, “A Tentação Transcendental” (1986)


“Eu não acredito em Bíblia. Eu não acredito em tarô. Eu não acredito em Jesus. Eu não acredito em Buda. Eu só acredito em mim.”
John Lennon, músico inglês, na música “God”


“A ciência tem provas sem certeza. Os criacionistas tem certeza sem qualquer prova.”
Ashley Montagu


“A mente humana é um sistema muito complicado. Desequilibre esse sistema com falta de oxigênio, drogas ou religião e você terá resultados perigosos.”
Landis D. Ragon


“Para ter certeza que minha blasfêmia está minuciosamente clara, por meio desta declaro minha opinião que a noção de um deus é uma superstição básica, que não há evidência para a existência de nenhum deus(es), que diabos, demônios, anjos e santos são mitos, que não há vida após a morte, paraíso nem inferno, que o Papa é um dinossauro medieval perigoso e intolerante, e que o Espírito Santo é um personagem de história em quadrinhos digno de risadas e escárnio. Acuso o deus Cristão de assassinato ao permitir o Holocausto - sem mencionar a “limpeza étnica” presentemente sendo feita pelos Cristãos no mundo -, condeno e vilipendio essa divindade mítica por encorajar o preconceito racial e comandar a degradação da mulher.”
James Randi, desafiando as leis de blasfêmia em vários estados dos EUA


“Eu condeno os falsos profetas, eu condeno o esforço para afastar o poder da decisão racional, drenar das pessoas sua liberdade de escolha - e um montão de dinheiro na barganha. As religiões variam no seu grau de idiotice, mas eu rejeito-as todas. Para a maioria das pessoas, a religião é nada mais do que um substituto para o mal funcionamento do cérebro.”
Gene Roddenberry, Criador da série Jornada nas Estrelas


“Eles dizem que Deus estava no alto e ele controlava o mundo e portanto devemos rezar contra o Satã. Bem, se Deus controla o mundo, ele controla o Satã. Para mim, a religião estava tão cheia de afirmações erradas e coisas sem lógica que eu simplesmente não podia concordar com ela.”
Gene Roddenberry, Criador da série Jornada nas Estrelas


“Deus, Satã, Paraíso e Inferno, todos desapareceram um dia nos meus quinze anos, quando abruptamente perdi minha fé [...] e além disso, para provar meu ateísmo recém-descoberto, comprei um sanduíche de presunto, e então partilhei pela primeira vez a proibida carde do suíno. Nenhum raio caiu em mim. [...] Desde esse dia até hoje eu me considero uma pessoa completamente secular.”
Salman Rushdie, “Em Deus Nós Confiamos”, 1985


“A Maioria das pessoas preferiria morrer à pensar; de fato, muitas o fazem.”
Bertrand Russell


“Deus existiu sempre? Que é sempre? Deus criou-se a si próprio para depois começar a criar o universo? Onde é que estava deus quando criou-se a si próprio? E como é que alguém se cria a si próprio? Do nada, passando do nada ao ser? Se o nada existiu, tudo que veio depois estava contido no nada. Mas se estava contido no nada, então o nada não existia.”
José Saramago, Playboy de Out/98


“Se deus existe e criou o homem há não sei quantos milhões de anos, o que é que ele fez desde então?”
José Saramago, Playboy de Out/98


“Não existe deus senão o homem.”
Raul Seixas


“Se existisse um Deus bondoso e todo-poderoso, teria feito exclusivamente o bem”.
Mark Twain.


“O fato que um crente é mais feliz do que um cético não é mais pertinente do que o fato que um homem bêbado é mais feliz do que um sóbrio. A felicidade da credulidade é uma qualidade barata e perigosa.”
George Bernard Shaw


“O argumento da primeira-causa e do primeiro-movimentador, brilhantemente proferido por São Tomás de Aquinás no século quatorze (e brilhantemente refutado por David Hume no século dezoito), é facilmente posto de lado com apenas mais uma pergunta: Quem ou o que causou e moveu Deus?”
Michael Shermer


“No reino da ciência, todas as tentativas de encontrar qualquer evidência de seres sobrenaturais, de concepções metafísicas, como Deus, imortalidade, infinito, etc., falharam, e se nós somos honestos, devemos confessar que na ciência não existem Deus, imortalidade, alma ou mente fora do corpo.”
Charles P. Steinmetz, inventor e engenheiro Americano, American Freeman, Julho de 1941


“Estou enjoado de todas as religiões. A religião dividiu as pessoas. Não creio que exista qualquer diferença entre o papa vestir um chapelão e andar pra lá e pra cá com uma bolsa fumacenta e um Africano pintar sua cara de branco e rezar pra uma pedra.”
Howard Stern


“Invocar o não-conhecível para explicar o “Desconhecido” é um beco sem saída intelectual.”
Neal M. Stevens


“A ciência está aberta à crítica, que é o oposto da religião. A ciência implora para que você prove que ela está errada - que é todo o conceito - onde a religião o condena se você tentar provar que ela está errada. Ela te diz aceite com fé e cale a boca.”
Jason Stock


“Ser um ateu requer força mental e bondade de coração encontradas em um entre milhares.”
Samuel Taylor Coleridge, poeta, crítico, jornalista e filósofo Inglês


“Mitologia é aquilo no que os adultos acreditam, folclore é aquilo que eles contam para seus filhos, e religião é ambos.”
Cedric Whitman, carta para Edward Tripp, 1969


“A fé pode ser definida brevemente como uma crença ilógica na ocorrência do improvável”.
Henry Louis Mencken.


“Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo uma coisa estúpida”.
Anatole France.


“Como todas as religiões, a Sagrada Religião da Unicórnio Rosa Invisível é baseada sobre Lógica e Fé. Nós temos Fé que Ela é Rosa; nós Logicamente sabemos que Ela é Invisível, porque nós não podemos vê-la”.
Anônimo, paródia criada por ateus.


“Eles vieram com uma Bíblia e sua religião - roubaram nossa terra, esmagaram nosso espírito… e agora nos dizem que devemos ser agradecidos ao ‘Senhor’ por sermos salvos”.
Chefe Pontiac, Chefe Indígena Americano


“As mulheres ainda sentirão orgulho por não terem jamais contribuído uma linha sequer na redação da Bíblia”.
George W. Foote.


“Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível”.
Albert Einstein.


“Eu rezei por vinte anos mas não recebi nenhuma resposta até que rezei com as minhas pernas.”
Frederick Douglass, escravo fugitivo


“‘Não houve conversão no leito de morte,’ disse Druyan. ‘Nenhum apelo a Deus, nenhuma esperança sobre uma vida pós morte, nenhuma pretensão que ele e eu, que fomos inseparáveis por vinte anos, não estávamos dizendo adeus para sempre.’
‘Ele não queria acreditar?’ ela perguntou.
‘Carl nunca quis acreditar,’ ela respondeu ferozmente. ‘Ele quis SABER.’”
Ann Druyan, esposa de Carl Sagan, na revista Newsweek


“= PRECE HONESTA =

Querido Senhor, me ame hoje e para sempre, abençoe minhas alma e consciência todos os dias, concorde com todas as minhas decisões, puna meus inimigos até que eu esteja satisfeito, me dê grandes quantidades de dinheiro, prometa sempre me ajudar a vencer, olhe pro lado quando eu trapacear, justifique minhas desculpas e acredite em todas as minhas mentiras, obedeça meus desejos, e reserve a parte mais luxuosa do paraíso só pra mim. Vou ser agradecido contanto que você faça o que digo. Amen.”
Wally Kaspers, do LUMPEN vol. 5, Nos. 8/9


“Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-Poderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor.”
Adolph Hitler, Discurso, Reichstag, 1936


"deus não é Grande"

"A religião envenena tudo"
Christopher Hitchens


“A palavra Deus para mim é nada mais que a expressão e produto da fraqueza humana, a Bíblia é uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que são bastante infantis”

“Para mim, a religião judaica, como todas as outras, é a encarnação de algumas das superstições mais infantis. E o povo judeu, ao qual tenho o prazer de pertencer e com cuja mentalidade tenho grande afinidade, não tem qualquer diferença de qualidade para mim em relação aos outros povos.”

“Até onde vai minha experiência, eles não são melhores que nenhum outro grupo de humanos, apesar de estarem protegidos dos piores cânceres por falta de poder. Mas além disso, não consigo ver nada de ‘escolhido’ sobre eles”.
Albert Einstein, trechos de carta direcionada a Gutkind em resposta ao livro Escolha a vida: O chamado bíblico para a revolta.


"A vida oscila, como um pêndulo, para frente e para trás, entre dor e tédio.Depois que o homem transformou todos os sofrimentos e tormentos na concepção do inferno, para o céu restou apenas o tédio"

"Todas as religiões prometem uma recompensa. Pela excelência de propósitos ou do coração, mas nenhuma pela excelência do cérebro ou do discernimento."

"Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser este Deus; as dores do mundo dilacerariam meu coração. Se imaginássemos um demônio criador, ter-se-ia o direito de lhe censurar, mostrando-lhe a sua obra: “Como te atreves a perturbar o sagrado repouso do nada, para criares este mundo de angústia e dores ?”
Arthur Schopenhauer


“Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá por que rejeito o seu.”
Stephen Henry Roberts


“Dirijo minha luta não contra as crenças religiosas dos homens, mas contra os que exploram a crença. Detestemos essas criaturas que devoram o coração de sua mãe e honremos aqueles que lutam contra elas. Acredito na existência de Deus. Em verdade, se Deus não existisse, fora preciso inventá-lo. Meu Deus não é um Rei exclusivo de uma simples ordem eclesiástica. É a suprema inteligência do mundo, obreiro infinitamente capaz e infinitamente imparcial. Não tem povo predileto, nem país predileto, nem igreja predileta. Pois para o verdadeiro crente há, apenas, uma única fé, justiça igual e igual tolerância para toda a humanidade.”

“O mundo só estará salvo no dia em que o ultimo Rei for enforcado com as tripas do último padre.”
(Voltaire)


“Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências… Baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.”
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“Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus?”
Epicuro de Samos


“Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.”
Hipácia de Alexandria


“A crença em Deus subsiste devido ao desejo de um pai protetor e imortalidade, ou como um ópio contra a miséria e sofrimento da existência humana.”
Sigmund Freud


“‘Fé’ significa não querer saber o que é a verdade.”
Friedrich Nietzsche


"Os cientistas não se consideram infalíveis. Os teólogos sim.”
Autor Desconhecido


"A Igreja levou quase 400 anos para “perdoar” Galileu. Neste passo, é melhor não ser muito otimista quanto ao resto.”
Autor Desconhecido


“Eu ainda digo que se uma igreja tem um pára-raios no telhado é por falta de confiança.”
Doug McLeod


“Os homens pensam que a epilepsia é divina meramente porque não a compreendem. Se eles denominassem divina qualquer coisa que não compreendem, não haveria fim para as coisas divinas.”
Hipócrates de Cós


"Tanto o judaísmo como o cristianismo, são frutos da sociedade dividida em classes. São ideologias impotentes para combater a exploração do homem pelo homem. As religiões, em geral, são um protesto contra a vida insatisfatória que é dada aos homens. Porém, a religião é uma ideologia impotente para orientar, na prática, a luta pela transformação do mundo, a luta pela superação das instituições baseadas na propriedade privada. Por isso as religiões funcionam como o ópio do povo, pregando conformismo e a resignação.
No entanto as religiões não existem por acaso, essas religiões refletem a situação em que se encontra o mundo. SE QUISERMOS LIBERTAR O HOMEM DE SUAS ILUSÕES RELIGIOSAS, PRECISAMOS MUDAR O MUNDO QUE TORNOU NECESSÁRIAS ESSAS ILUSÕES.
Não adianta combater o efeito sem modificar a causa!"
Karl Marx


“As pessoas vão à igreja pelos mesmos motivos que vão à taverna: para estupefazerem-se, para esquecerem-se de sua miséria, para imaginarem-se, de algum modo, livres e felizes.”
Bakunin


"Tentar provar a existência de deus com a biblia, é a mesma coisa que tentar provar a existência de orcs usando o livro senhor dos aneis."
Autor desconhecido


"A ciência não é o instrumento perfeito para o conhecimento, mas por enquanto, é o melhor que temos."
Carl Sagan?


"Em toda e qualquer cultura, imaginamos o Universo governado por algo parecido com nosso próprio sistema político. Poucos acham a similaridade suspeita".

"Quase morrer é uma experiência tão positiva e construtora do caráter, que a recomendaria a todos - não fosse, é claro, o elemento irredutível e essencial do risco."
Carl Sagan


"O homem criou Deus a sua imagem e semelhança".
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"Para um peixe em um aquário, quem troca a água é deus".
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"Só acreditaria em um deus que soubesse dançar".
Nietzsche.


"Onde todos pensam igual, ninguem pensa muito".
Walter Lippman


"O Cristianismo irá acabar. Irá diminuir e sumir. Eu não preciso de argumentos para provar isso. Eu estou certo e será confirmado que estou certo. Nós somos mais populares que Jesus hoje em dia; não sei quem será esquecido primeiro, o rock and roll ou o Cristianismo. Jesus era bom, mas seus discípulos são cabeças-dura e ordinários. Eles distorcendo tudo é que fazem com que isso não signifique nada para mim".
John Lennon, 1966


"Não sei se Deus existe. Mas seria melhor para sua reputação que não existisse".
Jules Renard.


"Dizer que um crente é mais feliz do que um cético é como dizer que um bêbado é mais feliz que um sóbrio".
George Bernard Shaw.


"Não é o bastante ver que um jardim é bonito sem ter que acreditar também que há fadas escondidas nele?"
Douglas Adams


“O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.”
Thomas Henry Huxley

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Deus, ninguém me ama também :-(

Eu lembro que, logo no início do filme A Bela e a Fera, o narrador fecha a introdução dada à estória com essa pergunta: “Pois quem seria capaz de amar um monstro?”. Um ótimo começo, porque resume bem o excelente enredo e a moral dessa fábula, uma vez que o bom-senso nos leva a pensar que um amor entre uma mocinha linda e uma criatura horripilante seja mesmo impossível. A expectativa, então, é a de que o conto de fadas venha a nos mostrar que estamos errados, e nos surpreenda com um final maravilhosamente inesperado.

Mas o mundo real não é assim tão surpreendente. Não fui eu que fiz essa lei, mas quando uma coisa tem chance de dar errado, ela vai dar errado. Se você quer namorar uma princesa, ajuda mais ser o príncipe do que ser o sapo. E se você é um Deus carente que precisa muito de amor… então é melhor fazer por onde. 
Veja os cristãos, por exemplo: depois de se darem conta de quão monstruoso era o Deus hebraico, resolveram acorrentá-lo às páginas do Antigo Testamento, e lá o esqueceram. Já tendo feito o que lhe cabia — criar o mundo e lançar sobre ele sua maldição — Deus agora é convenientemente usado apenas como ameaça: um pitbull raivoso que eles prometem soltar nas fuças de quem não simpatizar com o deus do Novo Testamento — Jesus Cristo —, em tudo e por tudo diferente do Deus-monstro que eles se viram incapazes de amar.
Pelo dogma da Santíssima Trindade (em que entra, também, o Espírito Santo, que nem fede nem cheira), admite-se que Deus e Jesus sejam uma e a mesma “pessoa”. Mas isso é só mais outra das incontáveis e embaraçosas contradições da doutrina católica, porque as diferenças não poderiam ser maiores.
Deus era o deus dos hebreus, o deus do “povo escolhido” (escolhido por ele, Deus); Jesus é o deus de qualquer um que se disponha a trocar demonstrações carnavalescas de amor fingido por um salvo-conduto que o livre do castigo de ser torturado por toda a eternidade (ameaça feita por ele, Jesus).
Deus cuidava exclusivamente dos hebreus e estava sempre do lado deles nas trincheiras; Jesus não tem nada de belicoso e, aparentemente, não faz distinção étnica.
Deus afogou quase todo mundo na Terra, incitava guerras, matava e mandava matar; Jesus não é afeito a genocídios e sempre foi infinitamente mais diplomático.
Deus criou o universo todo, junto com tudo que há nele; Jesus se contentou em fazer apenas alguns truques de circo.
Mas se o Pai era o Verbo, o Filho do Homem foi o Discurso. E graças a uma conversa mole sobre recompensa em outra vida; graças à ameaça de entregar os dissidentes aos cuidados do Deus do Antigo Testamento, dois mil anos depois, Jesus é o único deus dos cristãos. Eles veneram sua imagem; eles fazem músicas em seu louvor; eles divulgam suas ideias e pregam em seu nome; eles o bajulam; eles recontam suas aventuras para as crianças; eles comemoram o dia do seu aniversário.
De hoje em diante, quando baterem à sua porta nas manhãs de domingo, nos sermões das igrejas, nos shows de horrores dos programas religiosos na tevê; e sempre que vierem falar de “Deus” para você, tente perceber a que deus eles estarão se referindo, a que deus eles estarão dirigindo suas lamúrias, a que deus eles invocam para agradecer e para suplicar, a que deus eles dizem que amam. Eu sou capaz de apostar que será o deus do Novo Testamento.
O outro, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, permanecerá acorrentado e esquecido na solidão daqueles milênios longínquos, até o fim dos tempos.

Pois quem seria capaz de amar um monstro?

Fonte: http://deusilusao.com/

8 Bizarrices da bíblia!

São diversas as bizarrices da bíblia, abaixo temos 8 delas, mas sabemos que muitas outras existem ...
1 – Não ria dos carecas
Uma das passagens mais inspiradoras (ou assustadoras) da Bíblia está no livro de 2Reis (2:23-24). Ela conta a história de Eliseu, um homem bastante sábio, mas que sofria com a calvície, própria de sua idade. Um belo dia, ele estava em uma longa caminhada até Betel, na Cananeia, quando foi atacado por um grupo de crianças que queria provocá-lo por conta de sua careca.

Mas Eliseu soube se vingar e lançou maldições em nome do Senhor para aqueles meninos. Imediatamente, duas ursas surgiram do bosque e aniquilaram as 42 crianças, destruindo seus corpos até a morte. Moral da história? Nunca dê risada de um careca. Deus leva isso muito a sério.


2 – Violência e morte sem a condenação divina
Algumas histórias na Bíblia são bastante perturbadoras, mas é difícil encontrarmos algo tão horripilante quanto o que é descrito em Juízes 19:22-30. A história não é só bizarra, mas também totalmente repugnante.

Um homem e sua amante estavam vagando pelas ruas até que um indivíduo aceita hospedar os dois em sua casa. No meio da noite, um grupo de homens apareceu em sua porta, exigindo que ele entregasse seu hóspede para que eles tivessem relações sexuais com o viajante. O dono da casa então ofereceu sua filha virgem no lugar do homem.

Se tudo isso já não fosse ruim o suficiente, os homens ainda deixaram que ela sangrasse até a morte. Quando ela foi encontrada por seu noivo, ele deu fim a seus restos mortais distribuindo-os para as 12 tribos de Israel – tudo isso sem a condenação divina. Aparentemente, o homem ainda foi julgado justo, por impedir que seu hóspede fosse violado.

3 – Uma estranha prova de amor
Davi era um homem muito apaixonado pela filha de Saul e disse que ofereceria qualquer coisa pela mão da donzela. Saul, então, lança um desafio horripilante ao futuro genro: recolher o prepúcio de nada menos do que 100 homens, em uma só noite.

Davi, para provar que era realmente apaixonado, leva para Saul cerca de 200 prepúcios. Os pombinhos se casam e todos vivem felizes para sempre. Bem, menos os 200 homens mutilados por Davi. A passagem está relatada em 1 Samuel, 18-25.

4 – Um corte nada agradável
Outra passagem bizarra está em Êxodo 4:24-26, quando Deus tenta matar Moisés, pois seu filho não era circuncidado. Quando o Todo Poderoso estava prestes a destruir a vida do homem, sua esposa pegou rapidamente uma pedra e arrancou o pedaço “extra” do corpo do garoto (outch!), jogando a parte sangrenta aos pés de Moisés.

5 – A maldição da pobre figueira
Em Mateus 21:19 e Marcos 11:13-14, encontramos uma história estranha por dois motivos: vemos Jesus tendo um acesso de raiva (algo que não era comum no comportamento do Filho de Deus) e também um castigo no mínimo estranho.Na passagem, Jesus está caminhando e sente um pouco de fome. Ele então encontra uma figueira estéril procura frutos na árvore. Sem encontrar nada, ele então amaldiçoa o arbusto para que, até a sua morte, ninguém mais coma seus frutos.


6 – Deus prefere não mostrar seu rosto
Não, não estamos brincando. É só ler Êxodo 33:23 e você vai entender melhor a história. O versículo trata do encontro de Moisés com Deus: com o encontro marcado, o homem se posiciona em uma pedra ansioso para ver o ser divino, mas o Senhor simplesmente decide que nenhum ser na terra poderia ver seu rosto e sobreviver.

A solução? Mostrar seu traseiro para Moisés. Deus então deixa que Moisés veja suas mãos e a parte traseira de seu corpo celestial. A decepção deve ter sido grande na hora de relatar o ocorrido.

Para a equipe do Listverse, a moral da história é de que Deus às vezes trabalha de uma forma estranha para os padrões atuais.

7 – Animais falantes filosofando
Em Números 22:28-30, Balaão estava trabalhando em um dia comum, agindo com violência com seu jumento para que ele andasse. Cansado da situação, o animal começou a reclamar. Balaão então questionou a rebeldia do asno, que passou a filosofar algo sobre a natureza, seu relacionamento com humanos e sobre como aquilo feria seus sentimentos.

Balaão então fez as pazes com o animal e eles seguiram seu caminho como se nada tivesse acontecido. A moral da história talvez seja a de não procurar encrenca com animais falantes para evitar monólogos no meio do seu trabalho.

8 – Genética é para os fracos
A história relatada em Gênesis 30:37-39 é tão estranha que poderia ser explicada apenas como mais um milagre divino, mas não é assim que ela é relatada. Basicamente, Labão estava tomando todos os animais listrados e malhados de Jacó, que não ficou muito contente com a situação e bolou um plano nada convencional: ele pegou algumas varas brancas e colocou os objetos nos tanques de água dos animais. Isso fez com que os filhotes nascessem manchados.

De acordo com a Biologia, o plano dele deveria falhar miseravelmente, mas não é isso o que acontece nessa passagem. Segundo a Bíblia, os animais começam a copular e, misteriosamente, passam a dar à luz animais pintados. Obviamente, ninguém nunca repetiu o feito.

Fonte: Listverse – Tradução: Megacurioso
Copiado de http://www.revistaateista.com/blog/?p=7

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A invenção da duração

Vivemos o tempo de um jeito, mas o pensamos de outro: aí está talvez a grande descoberta da filosofia de Bergson

                                                                                                                                                                                       Eduardo Socha
                                                                                                                                                                                       Ilustração Sattu


Você está parado no trânsito às 6 da tarde. Ouve a rouquidão opaca dos motores dos ônibus, o zumbido das motos, a impaciência ocasional das buzinas. O tempo parece amordaçado como se não quisesse fluir também. Então você resolve tirar do bolso seu tocador de mp3, ajeitar bem os fones de ouvido e escolher uma faixa do álbum predileto. Sua experiência do tempo vai assumindo outra feição, e os instantes passam a se amalgamar uns aos outros com uma qualidade bastante distinta do tempo anterior. A quantidade de tempo não muda: um segundo continua um segundo, tautologia assegurada pela isocronia do ponteiro (oudisplay) do relógio. Mas você sente agora que os instantes se dilatam e se contraem segundo uma contingência peculiar, promovida pelo encadeamento sonoro da música. Antes amordaçado, o tempo agora corre mais rápido ou anda mais devagar, dando-lhe a certeza de que sua percepção da passagem do tempo, enquanto ouve música, não coincide com aquela enquanto ouvia apenas ruídos do trânsito. Ao contrário do que sugere a cadência fixa do relógio, você realmente não sente os instantes de maneira quantitativa e exata. Ou seja, a passagem do tempo não é vivida pela sua consciência à semelhança de um relógio, no qual uma série quantitativa, marcada pela divisão em segundos, minutos e horas estabelece previamente a equivalência de todos os instantes. Na realidade, você vive uma sucessão ininterrupta de momentos qualitativos que não são divisíveis entre si, que se misturam uns aos outros e se organizam em sua memória com um aspecto único e intraduzível.

Dito de outro modo, vivemos o tempo de um jeito, mas geralmente o pensamos de outro: esse enunciado, banal apenas na aparência, deu esteio a paradoxos reincidentes na história da filosofia. De fato, estamos condicionados a pensar o tempo como uma dimensão quantitativa, cujos elementos internos são homogênos e definidos de antemão, o que nos permite balizar o tempo por meio de segundos, minutos, horas, dias, meses, anos e outras unidades de medida, conforme a conveniência da nossa necessidade particular. Assim, por força do hábito e, mais do que isso, por imposições práticas e fundamentais de sobrevivência, identificamos o tempo com uma linha sequencial de eventos. Consequentemente, construímos instrumentos e técnicas a fim de mensurá-lo, orientando nossas atividades partindo de segmentações apropriadas, seja no uso do relógio de césio, da clepsidra, do calendário, do azimute do sol ou do ciclo das marés.
Contudo, no interior de nossa experiência vivida, sentimos o fluxo do tempo como uma multiplicidade indivisível e heterogênea, que a cada instante se altera, se dilata, se contrai, reconfigurando instantes já passados, criando expectativas para instantes futuros. Por maior que seja nossa capacidade de antecipação, vivemos sob a torrente criadora da imprevisibilidade e da mudança, o que não nos impede de agir e pensar com regimes específicos de previsibilidade. Tal constatação, que sentimos na experiência mais trivial do nosso dia a dia, poderia ser finalmente resumida assim: os instantes, em instrumentos como o relógio, são sempre iguais entre si; quando vividos, são sempre diferentes.
Fácil na aparência
Reconhecemos desde já, portanto, duas modalidades para definir a noção de tempo. Por um lado, há o tempo considerado em uma dimensão quantitativa, tempo que pode ser medido, representado conceitualmente, submetido a cálculos e previsões: o tempo objetivo que, afinal, não depende de nossa consciência nem de nossa situação particular. Por outro, há o tempo considerado como fluxo qualitativo, íntimo, ligado aos estados internos da nossa consciência e, por isso, refratário ao cálculo e ao conceito: o tempo subjetivo que corresponde à efetiva passagem dos instantes nas nossas diferentes situações de vida. Não se trata de dualismo, mas de duas faces distintas para compreendermos com maior precisão aquilo que designamos singularmente pela palavra “tempo”.
Não seria exagerado dizer que toda a obra filosófica de Henri Bergson (1859-1941) apoia-se na “descoberta” dessa realidade. Por mais singela que ela aparente ser, a distinção entre duas modalidades de compreensão do tempo convida a uma reforma complexa e radical do pensamento. Daí a grande armadilha na filosofia de Bergson, com a qual eventualmente se deparam tanto o leitor iniciante quanto o especialista. Sua linguagem às vezes mostra-se fácil e acessível na superfície das frases, nas metáforas balanceadas pela argumentação formal e impecável, na textura cristalina da prosa em um registro meditativo. Nesse sentido, não é casual que tenha recebido o Nobel de Literatura, em 1927, sem nunca ter escrito uma obra de ficção. No alcance de seu conteúdo e na profundidade da reforma que ambiciona, porém, a complexidade do projeto rigoroso de Bergson o coloca entre os precursores do pensamento contemporâneo, assegurando-lhe lugar no panteão dos pensadores mais ambiciosos da história da filosofia.
Sem dúvida, uma ousadia quase messiânica permeia a originalidade do gesto teórico de Bergson. Pois, tomando a confrontação do tempo como ponto de partida para o ato de filosofar, o pensamento bergsoniano ambiciona não apenas a revisão de uma filosofia específica (o que perpetuaria o anátema de Kant segundo o qual a metafísica se reduz a um eterno “palco de disputas” entre doutrinas), mas ambiciona a revisão da filosofia em geral. Ora, para Bergson, “filosofar consiste em inverter a marcha habitual do trabalho do pensamento”. Mas, para que tal inversão ocorra, torna-se necessário reenquadrar metodicamente alguns dos problemas clássicos da metafísica – como os problemas da liberdade, do ser, da necessidade e contingência, da relação entre corpo e alma – segundo os parâmetros oriundos da “descoberta da duração”.
Ilusões da percepção
Usamos a palavra “duração”, provavelmente o termo mais importante do pensamento de Bergson, e menos saturado de sentido do que a palavra “tempo”. Seu significado não poderia ser mais direto: a duração refere-se ao tempo qualitativo que descrevemos acima, àquela natureza contínua do tempo. Nas palavras do filósofo, trata-se daquilo “que sempre se chamou de tempo, mas o tempo percebido como indivisível”.
Bergson aponta para a confusão histórica que se estabelece entre a duração (tempo qualitativo), que não pode ser traduzida por símbolos, representações ou conceitos, e a medida da duração (tempo quantitativo, espacializado). No torvelinho dessa confusão, observa que a metafísica ocidental colocou para si uma série de dificuldades intransponíveis, que invadem o raciocínio de maneira não enunciada e sub-reptícia. Já na Antiguidade, os eleatas proscreviam ao tempo, à mudança, ao movimento, à mobilidade o direito de cidadania ontológica. Seriam, afinal, ilusões da nossa percepção e degradação de essências, pois “o verdadeiro é o que não muda”. Mas, para Bergson, os famosos “paradoxos de Zenão” já apontavam para a equivocidade caracterizada pela ausência de distinção entre tempo quantitativo e tempo qualitativo, ou seja, pela identificação exclusiva do tempo com uma projeção espacializada de instantes – equivocidade que se perpetuaria, por exemplo, na cisão platônica entre mundo inteligível e mundo sensível, no cogito cartesiano, ou nas antinomias descritas na Crítica da Razão Pura, de Kant.
Para além de paradoxos e antinomias, o que Bergson procura detectar historicamente na filosofia e também na ciência de seu tempo é tanto o privilégio ontológico concedido às formas estáveis, à imobilidade, às representações conceituais, quanto a desconfiança em relação aos sentidos, à mobilidade, à fluidez instável do devir, às sensações que se transfiguram na consciência, como fontes autênticas do conhecimento. O tom grandiloquente da declaração mostra o tamanho do combate a ser empreendido: “Nenhuma questão foi mais desprezada pelos filósofos quanto a do tempo e, no entanto, todos concordam em declará-la fundamental (…). A chave dos maiores problemas filosóficos está aí”, escreve em Duração e Simultaneidade, livro que se propõe a debater, em solo científico, nada menos do que o conceito implícito de tempo, assimilado como quarta dimensão do espaço, na Teoria da Relatividade, de Einstein. Para o filósofo, o exame da Teoria da Relatividade justifica-se na medida em que toda formalização científica carrega consigo os pressupostos de uma metafísica particular que resiste em se apresentar como tal.
Pensar em duração
Mas, em se tratando exclusivamente de filosofia, “inverter a marcha habitual” do pensamento significa mostrar, antes de mais nada, que boa parte de suas questões clássicas seria dissolvida como “falsos problemas” mediante o reconhecimento da natureza qualitativa do tempo. Para tanto, o método bergsoniano exige um pensar em duração – a intuição, que pouco ou nada tem a ver com a acepção que comumente damos à palavra.  O método comportaria duas etapas indissociáveis: a “etapa crítica” e a “etapa propositiva” (como esclarece o livro monumental de Bento Prado Júnior Presença e Campo Transcendental – Consciência e Negatividade na Filosofia de Bergson).
Na etapa crítica, cuja forma mais acabada seria o “lance de olhos na história dos sistemas” que Bergson realiza no último capítulo de Evolução Criadora (sua obra mais conhecida), descreve-se a progressiva racionalização do tempo e o ocultamento de seu aspecto qualitativo no campo do conhecimento. Bergson considera que o próprio embate epistemológico entre idealismo e realismo está contaminado pelos vícios de um jogo de ideias abstratas que não aderem efetivamente à realidade, que ignoram a presença substancial da duração.
Evidentemente, o jogo não é gratuito, pois há uma propensão natural do pensamento à dimensão prática da existência humana, e sua “marcha habitual” equivale a recortar da realidade a face útil, abstrata, calculável, que favorece a ação. “Pensar”, diz Bergson, “consiste em ir dos conceitos às coisas, e não das coisas aos conceitos”, o que leva a ciência e o senso comum a considerar o tempo e o espaço como coisas do mesmo gênero. Por isso, aliás, dizemos que podemos “medir”, “localizar” e “situar” um momento qualquer na “linha” do tempo – às vezes, não nos damos conta de que esses termos se aplicam não à duração em si, mas a uma projeção espacializada da duração na qual seria possível até “voltar” no tempo.
Ocorre que a inclinação pragmática do pensamento, que sobrepõe um feixe de conceitos e ideias à realidade, contamina a especulação metafísica, forçada a se acomodar aos hábitos de uma linguagem que estabiliza e cristaliza o devir em palavras e conceitos. Na etapa crítica, é preciso, portanto, denunciar a intrusão de uma concepção espacializada de tempo lá onde menos se espera. Assim, cada livro e cada ensaio de Bergson empenham-se na “depuração” crítica das concepções espacializadas da duração que permeiam o campo do conhecimento filosófico.
A partir daí, o filósofo reposiciona nossa maneira de entender a liberdade, a memória, a percepção, a existência, a linguagem, a evolução vital. Na etapa propositiva do método, paralela à crítica, trata de afirmar que tempo é processo, é justamente aquilo que impede que tudo seja dado de uma só vez. Pensar em duração é pensar a própria transição vivida entre os instantes, é ver na elaboração do tempo a indeterminação das coisas. Ao conceder maior estatuto ontológico àquilo que muda e se diferencia, ou seja, dando mais “Ser” ao “Tempo” do que às “Formas”, Bergson encontra na duração não mais o receptáculo formal e vazio a ser “preenchido” pelo conteúdo da experiência (como acontece no relógio), mas redescobre a duração como a experiência imediata à consciência, forma e conteúdo inseparáveis, trazendo implicações para um conhecimento que não mais reconstrói a realidade com base em conceitos e formas, mas que adere às “sinuosidades” e às diferenças qualitativas da realidade.
A tarefa parece difícil. “Sim, o tempo é um enigma singular, difícil de resolver”, sentenciava Thomas Mann em A Montanha Mágica. No entanto, tal enigma se dissipa quando resolvemos inverter a marcha habitual do pensamento. Quando reencontramos, afinal, nem que seja por um tempo, a interioridade vivida dos ruídos e silêncios do próprio tempo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A Postura de um Tolo

 
É curioso como muitos ainda se assustam quando eu falo que Deus não existe como uma afirmação. Considerando que sou ateu, isso não deveria causar espanto, mas muitas pessoas, possivelmente mais intelectuais que eu, não acham certo afirmar tal coisa. “Não há como provar que Deus existe”, diz o moderado, “assim como não dá para provar que Deus não existe”. Acontece que eu não gosto desse pé atrás filosófico. Se isso funciona para vocês, tudo bem, mas eu não vou ficar em cima do muro sobre uma questão que eu considero tão abstrata e insignificante.

Eu sou ateu há muitos anos e nunca evoluí para o estágio de agnosticismo. Coloco isso nesses termos porque muitos consideram o agnosticismo muito mais refletido e sensato que o ateísmo. Eu algum momento da minha vida eu posso já ter concordado com essa consideração, mas eu não me lembro de já ter aceitado o convite de um agnóstico para o seu templo de neutralidade. Eu não sou neutro sobre a existência de Deus. Sou negativo. Isso me faz perder a oportunidade de parecer muito mais culto, mas eu não considero certo dar o benefício da dúvida a uma invenção insidiosa para a qual nunca foram apresentadas evidências.

A impossibilidade de descarte definitivo é válida para qualquer ser fantasioso, seja ele tirado da cabeça inocente de uma criança pequena ou da mente perturbada de um velho louco. Nós não temos conhecimento sobre que tipo de criatura pode habitar planetas distantes ou mesmo outras dimensões. Esses argumentos são graciosamente usados para defender que a existência de Deus é possível, mas ao mesmo tempo que considerar essa possibilidade é visto como uma postura nobre, considerar a possibilidade de que existe uma salamandra de fogo no núcleo da via láctea é criancice. Por que ainda existe gente que considera esse jogo filosófico algo importante?

Já faz muito tempo que não levo a questão da existência de Deus a sério. Para mim isso continua como uma questão descartada, pois em 25 anos nunca me apresentaram sequer o reflexo da sombra de uma evidência que me fizesse considerar digno de nota a possível existência de Deus. Pode parecer a postura de um tolo, mas é a única com a qual eu me sinto à vontade. 
Fonte: monólogos com Deus

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ignorância sobre a própria burrice pode explicar muitos dos problemas da sociedade





Várias pesquisas psicológicas estão chegando à conclusão que a incompetência priva as pessoas da capacidade de reconhecer sua própria incompetência. Ou seja: as pessoas burras são burras demais para saber que são burras.

E essa desconexão pode ser responsável por muitos dos problemas da sociedade.


Com mais de uma década de pesquisa, David Dunning, um psicólogo da Universidade de Cornell, demonstrou que os seres humanos acham “intrinsecamente difícil ter uma noção do que não sabem”.

Se um indivíduo não tem competência em raciocínio lógico, inteligência emocional, humor ou mesmo habilidades de xadrez, a pessoa ainda tende a classificar suas habilidades naquela área como sendo acima da média.

Dunning e seu colega, Justin Kruger, agora na Universidade de Nova York, fizeram uma série de estudos nos quais deram às pessoas um teste de alguma área do conhecimento, como raciocínio lógico, conhecimento sobre doenças sexualmente transmissíveis e como evitá-los, inteligência emocional, etc.

Então eles determinaram as suas pontuações, e, basicamente, pediram que eles lhe dissessem o quão bem eles achavam que tinham ido.

Os resultados são uniformes em todos os domínios do conhecimento. As pessoas que realmente se saíram bem nos testes tenderam a se sentir mais confiantes sobre o seu desempenho, mas apenas ligeiramente. Quase todo mundo achou que foi melhor do que a média.

“As pessoas que realmente foram mal – os 10 ou 15% de fundo – acharam que seu desempenho caía em 60 ou 55%, portanto, acima da média”, disse Dunning.

O mesmo padrão aparece em testes sobre a capacidade das pessoas em classificar a graça de piadas, gramática correta, ou até mesmo seu próprio desempenho em um jogo de xadrez.

O pior é que não é apenas otimismo. Os pesquisadores descobriram uma total falta de experiência que torna as pessoas incapazes de reconhecer a sua deficiência.

Mesmo quando eles ofereceram aos participantes do estudo uma recompensa de US$ 100 (cerca de R$ 170) caso eles classificassem seu desempenho com precisão, eles não o fizeram, achando que tinham ido melhor do que realmente foram. “Eles realmente estavam tentando ser honestos e imparciais”, disse Dunning.

Sociedade burra

Dunning acredita que a incapacidade das pessoas em avaliar o seu próprio conhecimento é a causa de muitos dos males da sociedade, incluindo a negação das alterações climáticas.

“Muitas pessoas não têm formação em ciência, e assim podem muito bem não compreender os acontecimentos climáticos. E como elas não têm o conhecimento necessário para avaliá-los, não percebem o quão ruim suas avaliações podem ser”, disse ele.

Além disso, mesmo se uma pessoa chegue a uma conclusão muito lógica sobre se a mudança climática é real ou não com base em sua avaliação da ciência, isso não significa que a pessoa realmente tinha condições de avaliar a ciência.

Na mesma linha, as pessoas que não são talentosas em uma determinada área tendem a não reconhecer os talentos e boas ideias dos outros, de colegas de trabalho a políticos. Isso pode impedir o processo democrático, que conta com cidadãos com capacidade de identificar e apoiar o melhor candidato ou a melhor política.

Conclusão: você deve se lembrar de que pode não ser tão bom quanto pensa que é. E pode não estar certo sobre as coisas que você acredita que está certo. E, além de tudo, se você tentar fazer piadas sobre isso, pode não ser tão engraçado quanto você pensa.
[LiveScience]