Steve Jobs morreu.Tá, e daí? Ele estava lutando há anos com uma doença terminal, não é como se fosse uma surpresa inesperada.
E daí que a necrofilia da mídia, como sempre, instantaneamente transformou o cara num santo, uma divindade, praticamente um mártir da modernidade, do design, a quem devemos prestar reverências diariamente em agradecimento às maravilhas que ele nos proporcionou.
E como sempre, a mídia está errada.
Steve Jobs não foi um santo, um mártir, nenhum "apaixonado". Ele não foi um gênio visionário com espírito comunitário e um sonho de melhorar a humanidade. O homem foi umfucking empresário, e tudo o que fez na vida, foi ganhar dinheiro - na maior parte do tempo vendendo produtos com configurações medianas e um sobrepreço astronômico para tietes incondicionais. Tempos esquisitos esses que vivemos.
E daí que a necrofilia da mídia, como sempre, instantaneamente transformou o cara num santo, uma divindade, praticamente um mártir da modernidade, do design, a quem devemos prestar reverências diariamente em agradecimento às maravilhas que ele nos proporcionou.
E como sempre, a mídia está errada.
Steve Jobs não foi um santo, um mártir, nenhum "apaixonado". Ele não foi um gênio visionário com espírito comunitário e um sonho de melhorar a humanidade. O homem foi umfucking empresário, e tudo o que fez na vida, foi ganhar dinheiro - na maior parte do tempo vendendo produtos com configurações medianas e um sobrepreço astronômico para tietes incondicionais. Tempos esquisitos esses que vivemos.
Nos bastidores da empresa, conta-se que Steve era um chefe cruel e desumano, dado a todo tipo de assédio moral e acessos de fúria contra seus empregados pelos motivos mais banais. Do outro lado do mundo, contratava empresas que usam trabalho escravo pra produzir seus gadgets mágicos (dane-se se outros faziam também, dois erros não fazem um acerto). Sua empresa não se contenta apenas em não doar nem um centavo para caridade, mas também proíbe que qualquer ONG e/ou aplicativo arrecadem dinheiro para qualquer forma de caridade na sua App Store.
Idolatria nunca é uma coisa legal, e esse foi um sujeito que já recebeu crédito por muitas coisas que não devia. Não há dúvida ele será lembrado como criador do computador pessoal, da interface gráfica, do smartphone e do tablet, a despeito do fato que, por mais que tenha melhorado e botado a etiqueta de sua marca famosa, ele não foi o primeiro em nenhuma dessas coisas. Quando muito, Jobs pode ser lembrado como o gênio que conseguiu transformar produtos de informática em artigos de grife. Por colocar beleza, status e simplicidade acima de capacidades e funções. Por colocar bonitinho, fininho e cuti cuti acima de espaço em disco, processador e memória.
Uma das maiores fontes de notícias da sua empresa são os processos que ela move contra os seus concorrentes, sendo amplamente conhecida como uma das maiores patent trollsdo mercado, uma das maiores contribuintes para um mundo de informática onde as empresas têm departamentos jurídicos maiores que os de R&D, um mundo onde as brigas de bastidores têm mais importância que a evolução dos produtos.
Não se trata de dizer "bem feito" ou de comemorar a morte de Steve. Como todo ser humano, a morte dele é um evento triste, e deve ser lamentado. Acontece que parece que o mainstream está esquecendo a parte que diz "como todo ser humano". Como disse uma pérola de sabedoria que anda circulando pelas redes sociais, duas mil crianças morreram de fome na África ao mesmo tempo que Steve Jobs.
A mídia e as tietes estão tentando criar um mito, fabricar um personagem louvável de um ser humano tão dúbio e cheio de defeitos quanto qualquer outro. Uma pessoa que dedicou a sua vida não a "um sonho de um mundo melhor" como certamente vão tentar dizer, mas a ficar rico. Uma pessoa que pelo menos uma vez na vida pode ter sido responsável direto e ativo pela morte de outro ser humano anônimo, ao furar a fila para fazer um transplante de fígado em 2009.
Descanse em paz, Steve Jobs. Mas você não estará na minha lista de pessoas louváveis.
Idolatria nunca é uma coisa legal, e esse foi um sujeito que já recebeu crédito por muitas coisas que não devia. Não há dúvida ele será lembrado como criador do computador pessoal, da interface gráfica, do smartphone e do tablet, a despeito do fato que, por mais que tenha melhorado e botado a etiqueta de sua marca famosa, ele não foi o primeiro em nenhuma dessas coisas. Quando muito, Jobs pode ser lembrado como o gênio que conseguiu transformar produtos de informática em artigos de grife. Por colocar beleza, status e simplicidade acima de capacidades e funções. Por colocar bonitinho, fininho e cuti cuti acima de espaço em disco, processador e memória.
Uma das maiores fontes de notícias da sua empresa são os processos que ela move contra os seus concorrentes, sendo amplamente conhecida como uma das maiores patent trollsdo mercado, uma das maiores contribuintes para um mundo de informática onde as empresas têm departamentos jurídicos maiores que os de R&D, um mundo onde as brigas de bastidores têm mais importância que a evolução dos produtos.
Não se trata de dizer "bem feito" ou de comemorar a morte de Steve. Como todo ser humano, a morte dele é um evento triste, e deve ser lamentado. Acontece que parece que o mainstream está esquecendo a parte que diz "como todo ser humano". Como disse uma pérola de sabedoria que anda circulando pelas redes sociais, duas mil crianças morreram de fome na África ao mesmo tempo que Steve Jobs.
A mídia e as tietes estão tentando criar um mito, fabricar um personagem louvável de um ser humano tão dúbio e cheio de defeitos quanto qualquer outro. Uma pessoa que dedicou a sua vida não a "um sonho de um mundo melhor" como certamente vão tentar dizer, mas a ficar rico. Uma pessoa que pelo menos uma vez na vida pode ter sido responsável direto e ativo pela morte de outro ser humano anônimo, ao furar a fila para fazer um transplante de fígado em 2009.
Descanse em paz, Steve Jobs. Mas você não estará na minha lista de pessoas louváveis.
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