quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Catástrofes naturais o fim da raça humana ? NÃO isso não seria capaz de nos exterminar, mas existe algo bem pior ...




Fonte: outrasverdadesinconvenientes.blogspot.com
Furacão Katrina em Nova Orleans, EUA (2005). O dia em que a maior potência econômica e militar do planeta ficou de joelhos ante a força da natureza.

Fala-se muito sobre impactos cósmicos, a mídia nos amedronta com filmes sobre meteoros e toda aquela viagem a respeito de 2012, mas uma causa bem possível para nossa aniquilação total está aqui mesmo, no nosso planeta e bem debaixo de nossos pés.
Tragédia de Armero, Colômbia (1985)
Vivemos num mundo extremamente hostil cujos seres vivos ou adaptam-se às suas atividades naturais (climáticas, geológicas e etc) ou morrem. A espécie humana não foge à essa regra e, mesmo sendo a forma de vida complexa mais versátil e adaptada a (quase) todos os ambientes terrestres, ainda é suscetível à esses fenômenos. Existem registros históricos de catástrofes que mataram centenas de milhares, às vezes milhões, de pessoas. E com o avanço da ciência, hoje também podemos prever (de novo, nada a ver com 2012) cataclismas potencialmente desastrosos para a humanidade e que, se não a extinguissem por completo, poderiam muito bem destruir nosso modo de vida e a civilização como a conhecemos hoje, recrudescendo-a a níveis primitivos.

Nem uma nova era glacial seria capaz de nos extinguir.
Todos os elementos naturais do planeta têm potencial destrutivo. Contudo, é pouco provável que um evento DA TERRA consiga nos exterminar completamente, e isso por dois motivos: 1) nossa quantidade e 2) nossa distribuição. Não existem terremotos mundiais, ou maremotos que consigam chegar até as partes mais altas e longe do mar  do planeta, e furacões continentais e tempestades planetárias são coisas de Holywood. Aliás, com relação a isso, o filmeO Dia Depois de Amanhã merece uma consideração interessante: embora ocorra num período de tempo absurdamente curto demais, mostra com algum grau de acerto o que aconteceria se a Terra mergulhasse numa nova era glacial extrema, como a 11 mil anos atrás.
Mas nem mesmo uma era glacial nos faria sumir totalmente do mapa. Os esquimós estão aí a milhares de anos demonstrando que somos perfeitamente capazes de viver sob as agruras de um mundo congelado.

Erupção do Merapi, Indonésia (2010).
Antes de mais nada, é sempre bom lembrar que estas catástrofes são, como o próprio nome diz, absolutamente NATURAIS. Diferentemente do que falam certas bestas autoridades religiosas, não são castigos divinos e nem sinais do que quer que seja. Se essas pessoas ainda conseguem convencer otários ingênuos hoje, com toda disponibilidade de informação que existe, imagine a centenas de anos atrás, o quão determinantes eram suas insanidades palavras!? Aliás, por que esses caras são chamados de "autoridades"? Seja como for, fenômenos naturais sempre aconteceram e sempre acontecerão. A diferença é que agora existe muito mais cobertura jornalística no planeta do que a 500 anos atrás, mas a frequência de tais eventos não aumentou em absolutamente nada. Então, não se preocupe: não é Deus avisando porra nenhuma, é apenas uma manifestação da natureza. Não leve a sério padres, pastores e outros imbecis religiosos que não entendem NADA do que estão falando. Aliás, como diria Epícuro, se Deus existisse ou se é de fato onipotente, evitaria tais tragédias  mas nem vou entrar no mérito, senão já viu...
Maremoto de Sumatra, Indonésia (2004)
E existem regiões da Terra que são particularmente infelizes quando o assunto é desastre natural, e isso por N fatores, dentre os quais: condições de relevo, taxa pluviométrica, atividade tectônica, vulcanismo e (principalmente) capacidade logística e de organização e prevenção quanto à tais condições  ou você consegue encontrar outro motivo para explicar como um Japão consegue resistir a terremotos, maremotos, vulcões e o escambau com um número mínimo de vítimas e se reconstruir em questão de dias e um Bangladesh da vida não?
Além disso, nesses lugares se morre muito mais gente por um motivo bastaaaante simples: muito mais gente mora lá, é ÓBVIO! Uma catástrofe na China vai matar muito mais gente do que em Pitcairn!

Inundação do rio Yangtze, China (1931).
Aliás, foi exatamente por isso que o maior desastre natural da história da humanidadeaconteceu justamente na China. Em 1931, asINUNDAÇÕES dos rios Yangtze, Hwang Ho e Huai na região central do país afetaram quase 30 milhões de pessoas e mataram nada menos que 04 milhões delas.
Além da China, outros países sofrem com as agruras de uma enchente, como Holanda (sim, 1º mundo também não escapa!), Indonésia, Índia e aqui, no Brasil. Se você mora no Vale do Itajaí (SC) ou região serrana (RJ) sabe muito bem como é na própria pele.
Área alagada na grande inundação de 1931.
Voltando lá pra China, antes da enchente de 1931 teve outra, em 1887, na mesma região e que matou nada menos que 900 mil pessoas. E depois dela teve outra ainda, em 1939, quase no mesmo lugar e que levou 200 mil pessoas pro caixão. Todo ano a China sofre durante o verão com a combinação trágica de chuvas torrenciais + degelo do Himalaia. É algo natural contra o qual não há muito o que se fazer, a não ser se previnir. Ou fugir.
Em 2007, outra inundação (adivinhe onde!?) merece destaque, não pelo número de vítimas (só 700) mas por trazer um novo elemento à calamidade: ratos. As áreas atingidas foram invadidas por DOIS BILHÕES de roedores que, desentocados pela água, passaram a devorar tudo que encontravam pela frente. Houve registros até de vacas mortas por ratos.
Aquela inundação traz outro número impressionante: afetou nada menos do que120 milhões de pessoas 
 10% da população chinesa. Ou seja: se for na China (ou Índia, Indonésia, Nigéria e outros com condições similares), vai morrer gente pacas... porque tem gente pacas lá.

É exatamente por isso que a combinação lugar de risco + população enorme e empobrecida sempre dá em merda. Como exemplo perfeito temos a península indiana, especificamente em sua porção oriental, ali juntinho com o já citado Bangladesh. O histórico de catástrofes ali é longo e terrível, olha só AQUI. Dos 30 ciclones mais destruidores de todos os tempos, 22 aconteceram ali, na Baía de Bengala.

Já que acabamos entrando no assunto, em se tratando de eventos atmosféricos nada assombra mais do que um FURACÃO. Na verdade este fenômeno atmosférico recebe diferentes nomes, conforme o local onde acontece: furacão no oceano Atlântico, ciclone no Índico e tufão no Pacífico. E foi no Índico que aconteceu o mortífero de todos os tempos, quando o ciclone Bhola matou nada menos que 500 mil pessoas no extinto Paquistão Oriental em 1970. A incompetência do governo no socorro às vítimas foi tamanha que indiretamente iniciou a guerra de independência que culminaria com a criação do atual Bangladesh.
Ciclone Nargis, em Myanmar (2005).
Mas existe algo importante que se faz necessário salientar aqui: o ciclone Bhola não foi nem de longe o mais forte a atingir a região (categoria 03 na escala Saffir-Simpson, que vai até 05). O que acarretou o massacre foi a combinação de pobreza, falta de um plano de contingência decente e SACANAGEM pura  a Índia sabia que o ciclone estava chegando, mas não avisou o Paquistão Oriental porque tinha  (e ainda tem) rixinhas bichas com aquele país (agora apenas ocidental). Comparação interessante: o furacão Wilma, que se abateu sobre o Caribe em outubro de 2005, era de categoria máxima, 05, e levou apenas 36 pessoas à morte; o ciclone Ului, que atingiu a Austrália em março de 2010, também era da categoria 05 e sabe quantas pessoas matou diretamente? UMA.
Ou seja, mais determinante para a quantidade de vítimas não é a potência do furacão, mas o preparo da população pela qual ele passa. O último grande ciclone a assombrar o mundo foi o Nargis, que virou Myanmar do avesso em 2005, matando quase 140 mil pessoas e condenando os sobreviventes a um flagelo infernal em virtude da recusa da junta militar que governa o país em receber ajuda internacional. Ou seja, a natureza ajuda, mas a incapacidade e a filhadaputicehumanas contribuem muito mais!

Mapa dos piores furacões e ciclones da história (clique para ampliar).

Além de eventos atmosféricos, a humanidade também é constantemente assolada por outro fenômeno natural, talvez o mais famoso: TERREMOTO.
Neste caso, seja onde for, se vier com força máxima o estrago e o número de vítimas é grande. Isso porque, ao contrário dos ciclones e furacões, terremotos são totalmente imprevisíveis. Conhecem-se zonas mais propícias, sim, mas dizer quando e com qual potência vão ocorrer ainda é um grande desafio.
O terremoto mais destruidor de todos os tempos foi o de Shaanxi, na China, em 23 de janeiro de 1556: varreu do mapa absurdas 830 mil pessoas. A China inclusive coleciona vários terremotos devastadores através dos tempos: o de 1976 fez quase 780 mil pessoas comerem grama pela raiz, e o de 1920 matou 235 mil. O problema aqui está (novamente) na dupla população + condições  relembrando que a China é o país mais entupido de gente da face da Terra.
Mas ela não é a única: se a baía de Bengala é o local preferido dos ciclones mais devastadores, a região centro-sul da Ásia é um lugarzinho triste em se tratando de terra tremendo... 
especialmente nas adjacências de Japão, China, Irã e Turquia. Dos 15 terremotos mais letais da história, apenas 03 não ocorreram por lá.
Mapa dos piores terremotos da história (clique para ampliar).

Terremoto em Lisboa, Portugal (1755).
Merece destaque o grande terremoto de Lisboa, que destruiu a capital portuguesa por completo e matou 100 mil pessoas. A coisa lá foi punk, algo sem prescendentes até então no mundo ocidental. Pra começar, o terremoto aconteceu no pior dia possível, o Dia de Todos os Santos, quando a maioria das casas estava cheia de velas acesas para "os santos". Com a destruição das mesmas, os escombros se incendiaram e a cidade inteira pegou fogo por dias a fio. O que não havia caído por causa do tremor, queimou por causa do fogo.
Antes disso, logo após o tremor os sobreviventes procuraram segurança na área aberta do porto, à beira do mar... péssima idéia. Um maremoto gigantesco arrastou-as para a morte. Não foi nem de longe um dos mais letais, mas a tragédia nunca antes vista teve um efeito profundo sobre a filosofia e a perspectiva intelectual da Europa. Geralmente atribuídas à ira de Deus, por que uma tragédia desse tamanho aconteceria justamente no Dia de Todos os Santos? Por que estes mesmos santos não intercederam em favor do povo lisboeta? Estariam esperando as homenagens primeiro? A Igreja ficou numa sinuca de bico para tentar explicar a catástrofe e, sem ter nenhum argumento decente (que novidade) continuou a fazer o que sempre fez e ainda faz: culpou as pessoas pelos seus pecados e disse que aquilo era um castigo dos céus. Já os filósofos da época começaram a contextar a linha de pensamento vigente 
 como Voltaire, que em seu Poème Sur Le Désastre de Lisbonne (Poema Sobre o Desastre de Lisboa) cita Epícuro, autor de um dos mais célebres textos iluministas de todos os tempos:
"Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode; se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus. Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então existência dos males? Por que razão não os impede?"
(Epícuro, 341-270 A/C)

Além de maravilhoso, tem lógica... não?
O dia seguinte (Haiti 2010). Cuidado!
O último terremoto a deixar o mundo de queixo caído foi o do Haiti em 2010 , um dos piores de todos os tempos em número de óbitos e justamente num dos países mais pobres do mundo, embora sequer tenha atingido a escala máxima de intensidade (magnitude 07). Por ser um país extremamente populoso e miserável, a tragédia atingiu proporções assombrosas. A capital do país foi arrasada, quase 320 mil pessoas morreram e mais de 01 milhão ficaram desabrigadas. Toda a infraestrutura do país foi destruída... enfim, uma desgraça total, o país literalmente acabou. E desde então precisa ser reconstruído quase do zero.
Só que passado 01 ano a situação, mesmo com toda ajuda internacional... continua igualzinha. Ainda hoje existem áreas totalmente cobertas de ruínas, com esqueletos aparecendo entre os entulhos e dezenas de milhares de pessoas vivendo em tendas improvisadas. É como se o terremoto tivesse acontecido a 05 dias. Mais uma vez o que se mede aqui é a capacidade que um país tem de se organizar e se recuperar de uma hecatombe natural, uma coisa que o Haiti obviamente não tem.
Essa imagem rodou o mundo logo após o terremoto do Haiti, e teve as mais variadas interpretações. Enquanto os religiosos exaltaram que Jesus manteve-se em pé, demonstrando que seu poder é muito maior que o da natureza, pessoas com neurônios rebateram afirmando que esse mesmo Jesus demonstrou ser um total incapaz de salvar quem quer que seja e ainda por cima é também um tremendo dum egoísta, por ter se preocupado mais em manter a própria estátua em pé enquanto o mundo desabava em cima das pessoas. Faça a sua escolha.

Mas o terremoto de Lisboa acrescentou um novo elemento em nossa lista... tem outra coisinha demoníaca que geralmente acompanha terremotos que se dão à beira ou dentro do mar... o MAREMOTO.

Pra quem não sabe é a mesma coisa que tsunami, mas eu tenho birra com essa palavra e me recuso a usá-la. Acho "maremoto" muito mais amedrontador e imponente do que "tsunami".
Maremotos podem ser causados por inúmeros fatores, como erupções vulcânicas, terremotos, deslizamentos de terra e até por bombas nucleares detonadas sob o mar. Nos últimos 10 anos tivemos pelo menos 03 grandes incidências de maremotos que chocaram o mundo. Indonésia 2004, Chile 2010 e Japão 2011. O primeiro foi particularmente traumático.

O dia seguinte (Indonésia 2004). Cuidado.
Por quê? Primeiro porque a Indonésia já é um país cagado com relação à desastres naturais, depois porque é o 4º país mais populoso do mundo, e também porque (em virtude deste último) foi a 6º mais letal catástrofe natural de todos os tempos. Mas além de tudo isso, este foi o primeiro grande maremoto da era digital, plenamente registrado e coberto pela imprensa internacional. O mundo inteiro se estarreceu com as imagens das ondas gigantes invadindo cidades totalmente desprotegidas, demolindo casas, carregando carros e pessoas para o fundo do mar, causadas por um terremoto submarino que ultrapassou os 9 pontos máximos da escala Richter. Nunca se conseguiu calcular com precisão o total de mortos, mas os números mais baixos chegam à casa dos 230 mil. Outro fato ímpar foi que o maremoto foi tão poderoso que, embora tenha ocorrido no litoral da ilha de Sumatra, viajou o oceano Índico inteiro e matou gente até na África. O mundo inteiro ficou de joelhos, houve uma série de debates sobre a imprevisibilidade do fenômeno, a incapacidade em se atender a população atingida num cataclisma dessa magnitude... em suma, a respeito da impotência da humanidade perante a força da natureza.

Trajetória do maremoto de 2004.
Mas aí a gente compara este maremoto de 2004 com o último grande, ano passado, no Japão. Não vou me ater muito a explicá-lo, você pode saber mais a respeito das causas e consequências desse episódio diretamente de alguém que mora lá na terra do sol nascente acessando o site do meu colega Nihil Lemos. O que vou salientar aqui é a capacidade invejavelmente maravilhosa que esse povo de lá tem de suportar uma porrada dessas sem cair! Troquei alguns e-mails com esse cara acima, perguntei-lhe a quantas anda a recuperação das áreas atingidas e olhem o que ele me falou a respeito (transcritoipsis litteris):
"A passos largos. Mas a parte da região se limita a limpeza mesmo porque de acordo com uma pesquisa feita na TV mais da metade não quer voltar a morar perto do mar ou em áreas de baixas altitudes. E claro, a altura dos diques contra tsunami estão sendo revista e enquanto isso as usinas nucleares estão paralisadas para uma rigorosíssima avaliação (apenas uma voltou a funcionar). Mas ainda tem muita coisa para limpar e reconstruir. Isso fora os escombros ainda inacessíveis... O resto é o que você conhece, aquela estrada em Ibaraki que foi reconstruída em 6 dias, por exemplo. :) Lembro que já senti um terremoto forte onde eu moro e um pedaço de 40 metros da via-expressa que passa aqui desmoronou. Ela foi recuperada em 3 dias! A eficiência deles é assombrosa".(grifo meu)

Deslizamentos em Nova Friburgo, Brasil (2011).
Agora me respondam: como lá eles recuperam uma estrada em 03 dias e aqui a duplicação do trecho sul da BR-101 já se arrasta a mais de 15 anos sem nenhuma previsão de conclusão? Incompetência, incapacidade, burocracia e CORRUPÇÃO são as respostas. É só observar também, 01 ano depois, como estão as cidades atingidas pelos deslizamentos de terra na região serrana do Rio de Janeiro: iguaizinhas. Inclusive com diversas denúncias de desvio de verbas por parte de ninguém menos que o próprio prefeito de Teresópolis (quando é rico ou político é "desvio"; quando é pobre é roubo mesmo). O Brasil pode até ser a alardeadíssima 6ª maior economia do planeta (grandes merdas), mas neste ponto se assemelha muito mais ao Haiti (135ª economia).
Nota: e esta nem foi a maior catástrofe natural da história do Brasil, conforme está sendo noticiado. As 916 pessoas mortas e outras 345 "desaparecidas" (outro nome para mortas) não se comparam às 1.700 vidas perdidas na Serra das Araras  este sim o maior desastre do país em todos os tempos.
Maremoto em Otsuchi, Japão (2011).
Finalizando o assunto maremoto... brasileiro adora dizer que "Deus é brasileiro" alegando, entre outras coisas, que por aqui não ocorrem desastres naturais. Bom, brasileiro a gente sabe que em geral é um povinho com memória similar a de um procarionte e inteligência menor que a de um protista. É verdade que não temos muitas ocorrências de grandes desastres, mas recentemente nosso país teve seu primeiro terremoto com vítima fatal registrada, e nada impede que comecem a ocorrer outros. Nosso principal algoz natural são as chuvas, que todo ano causam alguma tragédia em algum ponto do país (especialmente Minas, Rio de Janeiro e Santa Catarina), mas até ciclone já houve por aqui também  e olha que ciclones teoricamente são quase impossíveis de se acontecer no hemisfério Sul. Então, se aconteceu e justamente aqui no Brasil, é porque Deus deve tá começando a ficar puto com a inércia e alienação do brasileiro.


E isso porque nem falei ainda de Lituya Bay e/ou Cumbre Vieja... esse é pra te fazer borrar as calças, mas vamos deixá-lo para uma próxima.

Muito bem, querido leitor... fizemos uma viagem por quase todos os grandes desastres naturais que ocorrem no mundo. Existem vários outros sobre os quais não falei, como avalanches, chuvas intensas, ondas de calor, nevascas, as bizarras erupções límnicas, verneshots e aqueles que são provocados por eventos cósmicos (mas isso também é uma outra história), mas nenhum tem  ou teve, até o momento força suficiente para exterminar TODA a espécie humana...

Só um.
Ciclone em Bangladesh (1991).
Apesar de tudo que já viu até agora, quando se fala em forças naturais poucas coisas podem ser comparadas aosVULCÕES. Os deixei por último propositalmente, até porque, dentro das muitas possibilidades naturais, uma em especial quase obteve êxito em nos exterminar do planeta, e foi justamente uma erupção vulcânica (continue lendo).
Com poder suficiente para destruir montanhas inteiras (e até criar outras), mesmo pequenos vulcões podem dar demonstrações inigualáveis de força e destruição. 
De tempos em tempos vemos notícias a respeito de erupções vulcânicas  em 2010 um vulcão de nome impronunciável, Eyjafjallajökull (foda-se pra falar isso!), na Islândia, ejetou tanta fumaça que parou o tráfego aéreo da Europa inteira, causando US$ 2,2 bilhões em prejuízos; em 2011 aqui na América do Sul o vulcão chileno Puyehue também parou o tráfego aéreo da região, emporcalhou ruas no Brasil (até aqui na minha cidade) e sua fumaça chegou a incomodar até na Austrália, do outro lado da Terra.

Mas ambos, apesar do incômodo e do prejuízo econômico, só encheram o saco mesmo, não foram destruidores e não mataram ninguém. Existem vulcões em erupção neste exato momento em diversas partes do mundo, mas nada que signifique perigo. No Havaí, o vulcão Kilauea está em erupção contínua desde 1983. O vulcão mais ativo do mundo é o Yasur, de Vanuatu, que está em erupção intermitente a... 111 anos.
Erupção vulcânica nem sempre significa explosão e destruição. A maioria se mantém entre VEI 01 e 02 (explicação no próximo parágrafo). Aliás, nada nos últimos 20 anos mostrou-se digno de medo.


Assim como existe a escala Richter para terremotos, a Fujita para tornados e a Saffir-Simpson para furacões, há algo similar para medir a potência de uma erupção vulcânica, o Índice de Explosividade Vulcânica, ou VEI (do inglês Volcanic Explosivity Index), que vai de 00 a 08.

A maioria dos vulcões que são notícia hoje são do nível 04, como os dois citados acima e tantos outros mundo afora. Outros são mais famosos do que realmente perigosos. O famosíssimo Vesúvio, que destruiu Pompéia no ano 79, era de nível 05, considerado cataclísmico, que já são extremamente raros  apenas 166 nos últimos 10 mil anos, e a última a 31 (Monte Santa Helena, nos EUA, 1980). Felizmente, para nós, quanto mais poderosa a erupção, mais rara ela é: novamente levando-se em conta os últimos 10 mil anos, erupções VEI 06 ocorreram apenas 51 vezes; VEI 07 entre 05 e 07 e VEI 08... nenhuma.
Com relação à este último tipo, um total de 47 erupções, com idade variando do Ordoviciano ao Pleistoceno, foram identificados. Destas, 42 ocorreram nos últimos 36 milhões de anos. A mais recente foi a explosão do vulcão Taupo, a 26.500 anos, o que significa que não houve qualquer erupção similar durante o Holoceno (últimos 10 mil anos). E foi exatamente por isso que nossa espécie prosperou.
 Foi exatamente neste período que a civilização como a conhecemos floresceu, dentro de uma relativa calmaria natural, tanto geológica quanto climática e/ou cósmica. Apesar de ainda sermos surpreendidos por vulcões de vez em quando, eles em nada se comparam ao que já aconteceu num passado (humanamente) remoto do planeta.
Erupção do Santa Helena, EUA (1980).
Hoje em dia é possível prever-se (ainda que com um grau pouco razoável) erupções vulcânicas. O Séc. XX, apesar de tranquilo no sentido da quantidade e potência de erupções, foi relativamente fraco em perdas humanas neste tipo de tragédia. As duas maiores foram o Monte Pelée na Martinica (29 mil) e Nevado del Ruiz na Colômbia (23 mil) e este último foi muito mais em virtude das avalanches de lama do que diretamente pela explosão do vulcão. Mesmo as maiores erupções mais recentes só geraram belos e assustadores espetáculos, mas não mataram tanta gente. A erupção do vulcão Santa Helena, em 1980, é famosa por ter sido bem documentada e ocorrer nos EUA (e também por ter sido o maior deslizamento de terra já registrado), mas não foi uma grande erupção (VEI 05) e foi tão monitorado que, quando explodiu, "só" matou 57 pessoas  a maioria das quais ignorou os sinais de alerta e planos de evacuação.
Sobre o Monte Pelée, há uma história muito curiosa: a de Ludger Sylbaris, 01 dos 03 únicos a sobreviver à catástrofe que matou 30 mil pessoas... porque estava na prisão na noite da catástrofe. Mais detalhes AQUI.


Erupções VEI 06 são chamadas de colossais, e ocorreram apenas 22 nos últimos 02 mil anos  e apenas 04 nos últimos 150 anos: Pinatubo 1991, Novarupta 1912, Santa Maria 1902 e a mais famosa de todas, Krakatoa 1883.
Concepção artística da erupção do Krakatoa vista do espaço.
O dia 26 de agosto de 1883 é chamado de "o dia em que o mundo explodiu", por causa da erupção do Krakatoa, na Indonésia. Foi a mais violenta erupção vulcânica que o homem moderno já testemunhou. Sua explosão foi simplesmente o barulho mais intenso já ouvido pela humanidade, e todas as pessoas que estavam a até 15km do vulcão tiveram seus tímpanos estourados e ficaram surdas. O barulho chegou a 5 mil km de distância na ilha Rodrigues, na costa leste da África, as pessoas achavam que estava acontecendo uma batalha naval. O estrondo foi ouvido por 1/12 da população da Terra, o que, como já dito, torna a erupção do Krakatoa o evento mais barulhento de toda a História. As gravações dos barógrafos da época mostram que a onda de choque da explosão final reverberou pelo planeta durante 07 dias. Mas ainda tinha mais...
A quantidade de material piroclástico (ou lava, ou magma, como preferir) despejado no mar foi tão grande e tão veloz que criou um maremoto de 46m de altura. Cidades e vilas inteiras foram varridas. Este efeito colateral da catástrofe foi a principal causa de mortes daquele evento, que chegaram a 36,5 mil no total. O maremoto foi tão poderoso que chegou a ser medido na Inglaterra, no Havaí E ATÉ NO BRASIL! Ele percorreu todo o Índico, passou por baixo da África, viajou todo o Atlântico e veio dar aqui, a mais de 15 mil km de distância. Fraco e sem maiores efeitos, mas veio.
Cada faixa preta compreende 1 hora de intervalo, o que significa que o maremoto chegou até aqui 20 horas após ter saído de Krakatoa.
Só que a destruição direta não foi o único problema... além de lava, todo vulcão também ejeta fumaça à atmosfera. E foi a quantidade dessa que resfriou o planeta em 1,2°C no ano seguinte, e a temperatura da Terra não voltou ao normal durante 5 anos. Neste tempo, o próprio céu ficou mais escuro, e o crepúsculo era de vermelho vivo.
Céu vermelho em Hong-Kong, 1 ano após a explosão do vulcão
Pinatubo, nas Filipinas, em 1991. Tal efeito é uma característica
típica após grandes erupções, e pode perdurar por vários meses
ou até mesmo anos.
Apesar de tudo isso... a erupção trouxe efeitos benéficos para a região. A explosão destruiu várias vilas e esvaziou enormes áreas, que jamais foram repovoadas até hoje, dando espaço para que a floresta as recuperasse. O solo vulcânico é incrivelmente rico em nutrientes e propicia condições extremamente favoráveis ao reaparecimento de plantas e animais.

Na verdade, o Krakatoa sempre deu seus xiliques ali na região. Para se ter uma ideia de sua capacidade de destruição, de acordo com Chaves David, do The Independent, as ilhas de Java e Sumatra eram uma só até o ano 535, quando uma erupção devastadora as separou.
E que ninguém ache que o monstro tá morto não... nos anos 1920, na caldeira marinha resultante da explosão, começou a nascer outro vulcão, chamado Anak Krakatau (filho de Krakatoa, na língua indonésia), e que hoje já está com mais de 300 metros de altura.

Ele está constantemente em erupção e continuamente crescendo. Ninguém sabe quando... mas um dia o Krakatoa vai explodir de novo.
A erupção VEI 06 mais recente ocorreu em 1991, quando o monte Pinatubo explodiu nas Filipinas. Apesar de colossal, "apenas" 800 pessoas morreram. Pode parecer muito, mas os programas de monitoramento e o serviço de evacuação não tivessem agido seriam várias dezenas de milhares a perder a vida.
Erupção do Pinatubo, Filipinas (1991).
A última erupção de nível 07 foi a do monte Tambora, na Indonésia, em abril de 1815. A do Krakatoa, quase 70 anos mais tarde, foi mais bem registrada em virtude da própria tecnologia já disponível (como o barógrafo, criado em 1846). Contudo, em se tratando de perdas humanas, Tambora foi a pior erupção vulcânica da História: 92 mil mortes, quase o triplo de Krakatoa. Além disso, foi responsável pelo chamado "ano sem verão" na Europa ocidental: a fumaça liberada pelo vulcão mergulhou o planeta num inverno vulcânico que diminuiu a temperatura da Terra em aprox. 0,5ºC, arrasando a agricultura por todo o globo e causando a pior crise de fome do Séc. XIX. Numa reação em cadeia catastrófica, a fome enfraqueceu a população, o que levou a uma epidemia de tifo que devastou a Europa na mesma época. Indiretamente, mas ainda em consequência de seus efeitos, o Tambora matou por volta de 300 mil pessoas (dentre os quais 100 mil irlandeses).
E este vulcão ainda é considerado perigosíssimo, e dá muitos sinais de que, a qualquer hora, pode explodir de novo.

Aliás, a Indonésia é um país pródigo em grandes erupções vulcânicas: Krakatoa, Tambora, Merapi e Toba (grave bem esse último).
Não deve ser fácil dormir tranquilo num país com quase 70 vulcões...

O 8º nível é chamado de "mega-colossal" e tais erupções são bastante raras: existem registros seguros de apenas 1 dezena delas, e a última foi a quase 27  mil anos, quando o vulcão Taupo explodiu na Nova Zelândia.

Ao longo da história da humanidade, erupções vulcânicas foram responsáveis por inúmeras crises humanitárias:
  • em 1626 A/C o vulcão Thera provocou diversos distúrbios climáticos nos anos seguintes;
  • em 1200 A/C o vulcão Hekla colaborou para o histórico colapso da Idade do Bronze;
  • em 535 o Krakatoa (olha ele aí de novo) provocou mudanças climáticas terríveis no ano seguinte;
  • em 1600 o vulcão Huaynaputina, no Peru, fez aquele ser o ano mais frio no Hemisfério Norte em 600 anos, causando a grande fome russa de 1601;
  • em 1783 o vulcão Laki, na Islândia, causou milhares de mortes na parte continental da Europa;

Mas nada disso se compara com o que vem a seguir... a ÚNICA vez em que uma catástrofe natural conseguiu realmente quase destruir a espécie humana.

Deixei os vulcões por último por um motivo. Foi um deles o agente natural que mais se aproximou de nos exterminar totalmente da face da Terra. Você provavelmente nunca ouviu falar na erupção mega-colossal de Toba, correto?
Imagine um mundo com apenas 2 mil pessoas. Pois isto já aconteceu, a 71 mil anos atrás, graças a um vulcão situado na ilha indonésia de Sumatra, chamado Toba. Sua erupção foi a maior dos últimos 2 milhões e uma das maiores dos últimos 450 milhões de anos.

A erupção de Toba. O fim da humanidade nunca esteve tão
próximo quanto naquele momento.
Só para efeitos de comparação, quem tem mais de 30 anos vai se lembrar da 2ª erupção mais violenta do Séc. XX, a do já citado Pinatubo, em 1991 nas Filipinas. Na ocasião, aquele vulcão ejetou 10 km³ de magma e despejou algo em torno de 20 milhões de toneladas de aerossóis na atmosfera, o que reduziu em até 10% a quantidade de luz solar que chegava ao planeta e resfriou a temperatura global em 0,6ºC. Este mesmo material disperso na alta atmosfera formou uma camada de dióxido de enxofre que encobriu o mundo inteiro e acelerou o processo de destruição da camada de ozônio, fazendo com que aquele famoso buraco sobre a Antártida obtivesse sua maior expansão logo no ano seguinte. E olha que essa erupção vulcânica atingiu nível 06 (colossal) no VEI. Assustador, não?
Hoje Toba é apenas um grande e belo lago...
Mas a explosão de Toba foi VEI 08 (mega-colossal), ejetou assombrosos 2.800 km³ e resfriou o mundo em absurdos 12ºC, resultado direto das inacreditáveis 06 BILHÕES de toneladas de gases tóxicos que foram liberadas para a atmosfera. A quantidade de cinzas foi tão grotesca que cobriu a Índia, o Paquistão e a região do Golfo Pérsico com uma camada de 1 a 5m de espessura. As cinzas de Toba podem ser encontradas até hoje sob o gelo da Groenlândia. A quantidade de material solto na atmosfera foi tamanha que potencializou a última era glacial, conhecida como Würms, que já estava em andamento.
A explosão inimaginavelmente gigantesca liberou algo em torno de 7.700.000.000.000 ou 7,7 trilhões  TRILHÕES!!!  de toneladas (ou 670 km³) de magma. Isso equivale, em termos de massa, a quase 20 milhões  MILHÕES!!!  de edifícios Empire State Building.
Mas o que aconteceu naquele tempo? Para um vulcão causar alterações climáticas a níveis globais, sua coluna de fumaça precisa chegar a 15km de altura. A explosão de Toba alcançou o dobro disso. Em questão de dias o mundo inteiro sofreu os efeitos.
Com a fumaça encobrindo o planeta, as temperaturas caíram a um ponto em que iniciou um frio mundial intenso e propiciou a formação de geleiras. Numa terrível reação em cadeia, o nível do mar caiu, deixando à mostra uma paisagem de sal exposta que poderia ser facilmente varrida pelo vento. Amostras do solo dispersado podem ser encontradas nas geleiras da Groenlândia, demonstrando que devem ter havido tempestades de areia de proporções planetárias por dias a fio, matando plantas e privando humanos e animais de fontes de alimento.
Lago Toba visto do espaço.
Para o ser humano, o fim nunca esteve mais perto. As pesquisas mais otimistas a respeito sugerem que tenham sobrevivido, no máximo, 10 mil pessoas. Outras afirmam que tenham restado entre 2 e 4 mil, sendo que o número de mulheres pode ter chegado a míseras 500. Durante séculos e mais séculos, cada geração de Homo sapiens poderia, com muita facilidade, ter sido a última. Foram necessários 20 mil anos para sua recuperação satisfatória.
Mas que pesquisas são essas? Bom, evidências de uma crise populacional existem em cada um de nós, em nosso DNA. A variação genética entre todos os seres humanos, desde o zulu africano até o germânico europeu, é ínfima (se Hitler soubesse disso a uns 80 anos atrás...) o que só pode ser explicado sugerindo um número incrivelmente reduzido de indivíduos em algum ponto de nosso passado. Embora outros estudos tivessem confirmado a baixa variância e a fixado em algum ponto a 70 mil anos, não se sabia ainda seu motivo. Contudo, depósitos de cinzas e fragmentos rochosos forneceram evidências de uma catástrofe mundial a exatamente 71 mil anos – a mesma época da erupção de Toba. Coincidência?
Erupções mega-colossais desse tipo são de tal magnitude que podem separar eras geológicas inteiras e redefinir totalmente a vida na Terra. Foi uma sequência dessas na região russa da Sibéria, a 250 milhões de anos atrás, que causou a maior extinção em massa da história do mundo e serve como divisão entre os períodos Permiano e Triássico. Nesse cataclisma jamais igualado, nada menos que 96% de todas as espécies vivas foram aniquiladas. A mais famosa extinção de todas, a dos dinossauros, sugere um impacto cósmico, mas existem boas teorias afirmando que na verdade, foi uma sequência de erupções titânicas no que é hoje o planalto de Deccan, na Índia, a maior responsável pelo extermínio total dos répteis gigantes. Outras linhas de raciocínio ainda incluem liberações abruptas de metano aprisionado no leito oceânico da época e alterações das correntes marinhas (algo como as erupções límnicas, só que em escala continental).
Quaisquer que tenham sido as causas dessas megaextinções, elas forçosamente criaram uma condição climática tão hostil que delinearam uma linha divisória biológica que apenas uma minoria conseguiu ultrapassar e dar origem a tudo que está vivo hoje 
– o que te inclui.
Esse tipo de catástrofe pode ser raro... mas acontece. Geologicamente falando, 100 mil anos é um período incrivelmente desprezível. Tudo isso pode mudar com uma erupção mega-colossal que pode acontecer a qualquer momento.

Toba fez um estrago sem igual em nossa espécie, e quase nos destruiu por completo, mas uma coisa "boa" nesses supervulcões é que todos eles atualmente estão extintos...

Menos um.
O Parque Nacional de Yellowstone está bem no meio da boca do
supervulcão mais poderoso do planeta. Os lagos de água fervente
escondem, na verdade, um monstro que está alguns quilômetros
abaixo e que pode explodir a qualquer nomento.
No noroeste dos EUA existe um complexo vulcânico que abriga nada menos que 04 dos 10 supervulcões conhecidos no mundo: oParque Nacional de Yellowstone.
Todo o parque na verdade é uma imensa caldeira de um vulcão megalomaniacamente gigantesco e altamente ativo. Sempre lotado de turistas que vão pra lá ver jatos d'água fervente jorrando da terra (por causa do magma lá embaixo) e achá-los lindos, a maioria nem deve entender o que acontece ali... e muito menos o que pode vir a acontecer.
O pior de tudo é que a atividade da região tem aumentado significativamente nos últimos anos: o piso do solo cresce 3cm por ano  o ritmo mais alto desde que as medições começaram, na década de 1920. Se uma erupção como as que já aconteceram lá ocorrer agora, cobrirá 2/3 dos EUA com uma camada de até 3m de cinzas a até 1000km de distância do vulcão.
Na verdade, o meio-oeste dos EUA é quase inteiramente um complexo de supervulcões: Island Park, La Garita, San Juan, Platoro, Nelson, Creede... todos esses adormecidos, e provavelmente extintos.
Esta foi a área coberta por lava na última erupção do Yellowstone,
a 640 mil anos atrás. E é a mesma área que poderia ser encoberta
caso o vulcão explodisse novamente hoje (o ponto vermelho marca
o local da caldeira).
Fuck the yankees!!! Vai ter muito idiota pensando isso... como disse, serão idiotas: os efeitos de uma erupção dessa magnitude serão mundiais, e não serão só os americanos a se ferrarem nessa. O mundo inteiro vai sentir os efeitos, e o pior: quer queira quer não, os EUA ainda são o centro do mundo e um impacto desses os forçaria a tomar medidas que seriam ruins para o mundo inteiro  inclusive para quem os odeia tanto. E aí, com depressão econômica e caos social mundial, todo aquele discursinho velho, ultrapassado e CHATO de "eu odeio os EUA, a Globo, a Veja e o capitalismo" iria por terra rapidinho. Isto poderia atrasar o progresso da civilização humana talvez por até 01 década.

Yellowstone já deu sinais de seu poder de destruição num passado remoto. Calcula-se que ele entre em atividade a cada 600 mil anos, e sua última grande erupção se deu a 640 mil, ou seja... já passou da hora.

O perigo é BEM real.



O artigo ficou tão imenso quanto a lista de lins! Mas quem gosta do assunto ou ao menos ficou com as calças borradas vai achá-los bastante interessantes:

E pra finalizar...
Este é um mapa com todas as maiores catástrofes naturais registradas na história humana e mais algumas em potencial (veja a legenda). Perceba que o Brasil é de fato privilegiado nesse sentido, sofrendo apenas com as chuvas em determinadas épocas e regiões. Mas embora o país não seja assolado pelas forças da natureza, tem uma coisa muito pior que qualquer vulcão ou terremoto: POLÍTICOS!

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