segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ilusões e Desilusões!



Uma “Ilusão” consiste em uma determinada classe de estímulos do qual o indivíduo fica sob controle, classe essa que invariavelmente foi instalada ou mantida por reforçamento positivo (acrescimento de ganhos) ou reforçamento negativo (fuga da perda de danos).

A Perda dessa ilusão também conhecida como “Desilusão” consiste em algumas situações na ampliação da quantidade de estímulos do qual o individuo fica sobre controle, sendo que estes estímulos acrescentados sinalizam contingências muitas vezes incompatíveis com as contingências sinalizadas pelos estímulos da “Ilusão” de uma perspectiva molar isso acaba ocasionando a perda na densidade geral de estímulos reforçadores do indivíduo, ou seja, uma Punição Negativa

Dessa forma o mais comum é surgirem padrões de comportamentos com função de fuga/esquiva do tipo Inflexibilidade (“sempre foi assim, porque haveria de mudar?”, a famosa síndrome de Gabriela), Fanatismo (Independente do que a lógica ou os sentidos dizem, nada pode contrariar a “Fé”), Hipocrisia (se sabe que o que se quer acreditar está errado, mas se acredita nisso por ser mais fácil). 
Sabendo disso, alguém que visa esclarecer alguém iludido terá mais chances de realizar tal feito, se o fizer de maneira leve e gradativa por aproximação sucessiva, ao invés de bruscamente, que ocasionará o contra-controle por parte do sujeito conforme descrito no parágrafo anterior.
Muitos pensadores e filósofos sofreram muitas represálias por quererem esclarecer as pessoas que seus pontos de vista estavam incorretos, dentre esses mártires da iluminação, poderíamos citar o próprio Nietzsche, Sócrates, e até mesmo B. F. Skinner tentando emplacar o Behaviorismo, filosofia essa anti-indutiva (não fazendo parte da explicação padrão mentalista).
Este que vos fala também sofreu (e sofre) represálias quando tenta apresentar seus pontos de vista, que são atacados por serem diferentes aos da maioria, e com os anos de contra-controle sofridos (vulgo porrada), aprendeu estratégias de alterar a classe de estímulos dos ouvintes sem sofrer esse efeito negativo, ou pelo menos reduzindo-o.
Se eu pudesse dar um conselho a Nietzsche antes do pobre homem lúcido enlouquecer seria esse: A questão é não reclamar do ser humano, pois ele funciona dessa forma mesmo, mas entender como ele funciona para que suas ações tenham maior probabilidade de funcionarem.

Postado por Marcos A. Rodrigues Jr
Fonte:http://funcionalanalise.blogspot.com.br/2013/05/sobre-ilusoes-e-desilusoes.html

O que é Religião?



Publicado em 09/08/2013 por Barros

Muito frequentemente nós somos enganados pelos nossos sentidos. E muito frequentemente, também, nós nos deliciamos com isso, a ponto de pagarmos para sermos vítimas de uma ilusão. Dos truques de mágica à indústria cinematográfica, esse aspecto da nossa condição humana nos tem feito enriquecer, ao longo dos séculos, aqueles que descobriram como nos fazer bem ao nos iludir. A religião, porém, é um exemplo claro de como uma ilusão pode se tornar danosa. 

Danosa, obviamente, para o lado que não está ficando milionário com a fé alheia. 

Pessoas religiosas costumam argumentar, baseadas em pesquisas científicas, que a crença em uma divindade é algo bastante benéfico para o indivíduo; seja para sua vida social ou para sua saúde física e emocional, por exemplo. Essa declaração, apesar de correta, não torna a fé religiosa menos prejudicial à nossa sociedade, à nossa civilização, e mesmo até à nossa espécie. Se for para analisar os prós e os contras, pode-se acabar chegando à conclusão de que é possível se adquirir, por outros meios, os mesmos benefícios atribuídos à crença em deuses, sem precisar trazer a reboque tudo de ruim que está, sempre esteve, e sempre estará vinculado à Religião. Tentar negar essa proposição é uma reação natural, fruto de um afundamento excessivamente longo dentro de uma sociedade doutrinada a pensar exatamente isso: que acreditar em deuses faz bem, sob todos os pontos de vista. Mas isso depende. E depende muito. E essa dependência é demasiadamente perigosa. 

Se, acometidos de uma mesma e gravíssima enfermidade, um crente e um ateu são submetidos a idênticos cuidados médicos, os resultados dessa atenção devem ser semelhantes. Entretanto, se por motivos diversos (e, na esmagadora maioria dos casos, perfeitamente explicáveis), o tratamento surtir efeito apenas em um deles, e o outro vier a morrer, a mente religiosa irá se apegar a uma das duas seguintes conjecturas, para sua própria conveniência. A primeira, se morrer o ateu, que a fé salvou o crente. A segunda, se morrer o crente, que foi a vontade de Deus, e devemos todos nos conformar com ela. 

Nos dois casos, o religioso está aplicando em si mesmo a ilusão que lhe rende aqueles supostos benefícios, e que engorda as contas bancárias daqueles que lhe incentivam a continuar acreditando que ele está se beneficiando de alguma coisa.

Acreditar que o ser supremo que criou todo o universo está tão preocupado com você a ponto de “auxiliar” na sua recuperação durante um tratamento médico intenso pode, sim, de alguma forma, contribuir para sua melhora, uma vez que, provavelmente, vai deixar você mais otimista, mais calmo, etc. Mas acreditar que o Todo-Poderoso vai curar você sem ajuda extra pode te levar à morte. Tão longe que estamos dos tempos bíblicos, Deus hoje só cura através de um bom plano de saúde.

O mais que passa nos shows de horrores dos programas religiosos que você assiste na tevê, e a que tantos olhos chorosos e desesperados veem como milagre divino, é tão somente um engodo; um embuste amalamanhado, quase sempre tão mal feito que só mesmo a vontade de ser iludido pra justificar a crença numa coisa tão explicitamente forjada.

Mas, no fim das contas, religião é apenas isso mesmo: a consumação de uma fraude aliada ao desejo de ser enganado por ela.