sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mulher submissa ...




''Mulheres, sede submissas aos vossos maridos, como convém no Senhor''.
- Colossenses 3:18

''As mulheres tem de ser submissas aos vossos maridos''.
- I Pedro 3:1

''O homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem''.
- I Coríntios 11:9

''Deus disse à mulher: 'Multiplicarei grandemente os teus sofrimentos e a tua gravidez; darás à luz teus filhos entre dores; contudo, sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará'''.
-Gênesis 3:16

''Se uma mulher der à luz um menino ela ficará impura por sete dias. Mas se nascer uma menina, então ficará impura por duas semanas''.
- Levítico 12:2-8

''Quando um homem e uma mulher se unirem com emissão de sêmen, se banharão e ficarão impuros até a tarde. Se uma mulher menstruar, ficará impura até sete dias após o término do fluxo, sendo que tudo o que ela tocar ficará impuro até a tarde. Se alguém tentar tocá-la ou tocar em um móvel deixado impuro por ela, ficará impuro até a tarde. Quem se juntar a ela durante este período ficará impuro por sete dias''.
- Levítico 15:18-33


''Os maridos devem permitir que as suas mulheres, que são de um sexo mais frágil, possam orar''.
- I Pedro 3:7

''A cabeça do homem é Cristo, a cabeça da mulher é o homem e a cabeça de Cristo é Deus''.
- I Coríntios 11:3


''Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja ''.
- I Coríntios 14:33-35

''Se a mulher trair o seu marido, ela será feita em objeto de maldição pelo Senhor, sua coxa irá descair e seu ventre inchará''.
- Números 5:20-27

''Se uma jovem é dada por esposa a um homem e este descobre que ela não é virgem, então será levada para a entrada da casa de seu pai e a apedrejarão até a morte''.
- Deuteronômio 22:20-21

''É melhor alojar-se num canto do terraço, do que com mulher rixenta em casa espaçosa''.
- Provérbios 25:24

''Aquela que é verdadeiramente viúva e desamparada, põe em Deus a sua esperança e persevera, noite e dia, nas súplicas e nas orações. Aquela, porém, que se entrega aos prazeres, mesmo vivendo, está morta''.
- I Timóteo 5:5-6

''A mulher aprenda em silêncio com toda a submissão. Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
- I Timóteo 2:11-13

''Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em tudo a seus maridos''.
- Efésios 5:22-24

Existência de Jesus Cristo

Pesquisadores jamais conseguiram encontrar provas históricas da existência de Cristo.
Os quatro Evangelhos oficiais, aceitos pela Igreja Católica como verdadeiros, são documentos legítimos e constituem o maior INDÍCIO (eu disse indício e não prova cabal) de que Jesus realmente viveu na Palestina, no século I d.C. 


Mas, do ponto de vista arqueológico, não são documentos confiáveis. Embora levem os nomes de quatro dos doze apóstolos originais, no entanto, os relatos da vida de Cristo que constam da Bíblia não foram escritos realmente pelos apóstolos.



O primeiro evangelho a ser escrito foi o de Marcos. Os estudiosos da Bíblia acreditam que o texto foi finalizado entre 66 e 68 d.C., antes que Jerusalém fosse destruída, no ano 70. Entre 10 e 20 anos depois disso, apareceram os relatos de Lucas e Mateus – o primeiro fortemente baseado em Marcos, o segundo mais polêmico por conter elementos políticos. Por fim, o Evangelho de João, mais místico e etéreo que os demais, apareceu no ano de 90 d.C. .



Um detalhe importante é que existem dezenas de outros Evangelhos, todos escritos entre os séculos I e II d.C., pelos primeiros seguidores cristãos. Um dos mais importantes, para os pesquisadores atuais, é o de Tomé, escrito na mesma época do de João. A Igreja Católica, contudo, rejeita todos os demais desde o século III. Eles são chamados de apócrifos. Não existem motivos históricos para que a Igreja tenha selecionado exatamente os quatro que lemos na Bíblia. O mito conta que uma pomba – símbolo do Espírito Santo – pousou nos quatro relatos confiáveis, em um dia, na igreja romana em que os sacerdotes cristãos estavam fazendo a seleção. Pouca gente acredita nisso.



Os pesquisadores modernos afirmam que, na verdade, nenhum evangelho foi escrito por personagens que presenciaram a vida de Cristo. Os textos teriam sido redigidos com base em histórias orais, que se espalharam pela Palestina, anos após a morte de Jesus, enquanto o culto ao Cristianismo crescia.



Outras fontes históricas além dos Evangelhos existem, mas são todas suspeitas. A história de Jerusalém no período de Cristo foi escrita por um historiador judeu, Flávio Josefo, que viveu entre os anos 37 e 95 d.C. Josefo, assim como os historiadores romanos Tácito (116 d.C.) e Suetônio (120 d.C.), menciona um personagem chamado Cristo, líder de uma rebelião e criador de uma seita, que teria sido morto pelos romanos.



Ocorre que os pesquisadores não entram em consenso sobre a autenticidade dos textos deixados por esses três autores. Desde o século XVII, acredita-se que as menções a Jesus podem ter sido incluídas nos textos depois da morte dos escribas, justamente para reforçar a crença no Cristianismo. Os manuscritos do Mar Morto, uma coleção de centenas de textos da época descobertos em 1947, não fazem nenhuma referência a Cristo, e isso também alimenta o argumento das falsificações.



De qualquer forma, muitas informações históricas a respeito dos relatos dos Evangelhos são confirmadas por achados arqueológicos recentes. Em 1962, arqueólogos encontraram uma inscrição comprovando Pôncio Pilatos, tido como o homem que condenou Jesus à morte, como governador da Judéia na época de Cristo. Isso confirmou, pela primeira vez, a narrativa dos evangelhos bíblicos. Até então, jamais se havia provado que Pilatos havia existido.



Em 1968, em Jerusalém, foi encontrada pela primeira vez a prova de que a crucificação era mesmo um método de tortura e morte usado na época pelos romanos. Arqueólogos encontraram ossos perfurados por pregos de metal dentro de uma caverna da cidade sagrada dos cristãos.



Outro personagem bíblico cuja existência já foi provada é o sacerdote Caifás, o polêmico líder judeu que teria pressionado Pilatos a condenar Cristo à morte. Uma caixa de calcário usada para guardar ossadas foi identificada como o ossário de Caifás, depois de muitos exames. A caixa foi encontrado em 1990, quando operários construíam um parque nos arredores de Jerusalém e desenterraram o artefato. O ossário de Caifás continha os esqueletos de seis pessoas. Um deles, o de um homem de 60 anos, seria do sacerdote.



Há ainda duas peças históricas que poderiam comprovar cientificamente a existência de Cristo, mas cuja autenticidade – ou mesmo falsificação – jamais foi comprovada com 100% de certeza. A primeira é o Santo Sudário. Trata-se de uma peça de linho com 4,36 metros de comprimento por 1,10 de largura, guardado em Turim (Itália). O negativo de um homem crucificado, com as mesmas marcas de tortura descritas nos evangelhos, está impresso em sangue no pano.



O Santo Sudário é venerado desde o século XIV. No final dos anos 1980, contudo, o tecido foi analisado por três equipes independentes e datado com radioatividade. A conclusão de todos foi de que o linho havia sido produzido na Idade Média, entre 1260 e 1390. Só que estudos mais recentes sugerem que bactérias acumuladas durante os séculos podem ter prejudicado as datações. Além disso, houve um achado intrigante: foram encontrados no tecido grãos de pólen de uma flor típica do Oriente Médio, que floresce na mesma época da crucificação descrita nos evangelhos. O assunto do Sudário, portanto, continua em aberto.



A outra peça história é mais recente. Trata-se do possível ossário de Tiago, um dos irmãos (ou primos) de Jesus, que também foi apóstolo. A urna de calcário foi descoberta em 2002, por um estudioso francês, em poder de um comerciante israelense que teria comprado o artefato em 1970, num antiquário de Jerusalém. Na urna, havia uma inscrição em aramaico, a língua falada por Cristo: “Tiago, filho de José, irmão de Jesus”. A datação mostrou que o artefato era do século I d.C.



A combinação dos três nomes, por eliminação matemática, comprovaria que o Jesus citado era mesmo Cristo. Além disso, no século I d.C., não era comum incluir na inscrição o nome de outros parentes que não fossem o pai – a não ser que esse parente fosse famoso, como era o caso de Cristo. No entanto, pesquisadores norte-americanos que examinaram a caixa acreditam que a segunda parte da inscrição (justamente o “irmão de Jesus”) pode ter sido gravada na pedra muitos séculos depois, durante a Idade Média.



Como se vê, apesar dos esforços, a Ciência nunca conseguiu provar a existência física de Cristo. Mas pouca gente realmente acredita que ele seja uma invenção, um mito. Os indícios são fortes demais para serem ignorados. E, além do mais, a própria Igreja Católica é categórica nesse sentido: a mensagem de Jesus é muito mais importante do que a comprovação da existência dele. É uma questão de fé.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

E quanto aqueles meus inimigos, você se lembra?

É tipo um traficante marginal, dando ordens pro bando, e ae, liga aqueles meus inimigos, vocês se lembram?
Então, demorô, trazei-os aqui e matai-os diante de mim, porque eu quero ver sentar o aço  até o melado escorrer ...


Assassinatos no livro sagrado...



A contagem acima está corretíssima, o religioso que quiser criticar, por favor, pegue sua amada bíblia e acompanhe através das passagens. Faça as contas você também! (R)

A mulher de Ló, por olhar para trás (gen. 19,26) + 1 = 1 

Er, por ser mau aos olhos do Senhor (gen. 38,7) + 1 = 2 

Onan, por derramar sua semente (gen. 38,10) + 1 = 3 

Por adorarem o bezerro de ouro (ex. 32, 27-28) + 3.000 = 3003 

Por blasfemar (lev. 24, 10-23) + 1 = 3.004 

Por recolher lenha no sábado (num. 15, 32-36) + 1 = 3.005 

Corá, Datã e Abirão, e todas as suas famílias (num. 16, 27) +12 = 3.019 

Queimados vivos por oferecer incenso (num. 16,35) + 250 = 3.269 

Por reclamar (num. 16, 49) + 14.700 = 17.969 

Por se prostituir com as filhas de Moabe (num. 25,9) + 24.000 = 41.969 

Massacre midianita (num. 31, 1-35) +90.000 = 131.969 

Acã e sua família (josué 7, 24-26) +5 = 131.974 

Ataque a Ai (josué 8, 1-25) + 12.000 = 143.974 

Cananeus e farizeus (jz. 1,4) + 10.000 = 153.974 

Eúde mata em nome de deus (jz. 3, 15-22) 1-153.975 

Moabitas (jz.3, 28-29) + 10.000 = 163.975 

Midianitas forçados a matar uns aos outros (jz. 7, 2-22) + 120.000 = 283.975 

O espírito do Senhor vem até Sansão (jz. 14, 19) + 30 = 284.005 

Mais uma vez o Sansão se enche de espírito santo (jz. 15, 14-15) + 1.000 = 285.005 

Deus ajuda Sansão a matar (jz. 16, 27-30) + 3.000 = 288.005 

Mais benjamitas (jz. 20, 44-46) + 25.000 = 338.105

Por olhar dentro da arca do Senhor (1sam. 6, 19) + 50.070 = 388.175 

Filisteus (1sam. 14, 12) + 20 = 388.195 

Samuel mata Agague (por ordem de Deus) (1sam 15, 32-337) + 1 = 388.196 

Deus feriu Nabal (1sam. 35, 28) + 1 = 388.197 

Uzá, por tentar impedir a arca de cair ( 2 Sam.6:6-7) + 1 = 388.198 

O filho de Davi, ainda neném ( 2 Sam.12:14-18) + 1 = 388.199 

Sete filhos de Saul enforcados diante do Senhor ( 2 Sam.21:6-9) + 7 = 388.206 

Punição pelo censo de Davi ( 2 Sam.24:13) + 70.000 = 458.206 

Um profeta por acreditar na mentira de outro profeta ( 1rs.13:1-24) + 1 = 458.207 

Deus entrega os sírios ( 1rs. 20:28-29) + 100.000 = 558.207 

Deus faz uma parede cair nos soldados sírios ( 1rs. 20:30) + 27.000 = 585.207 

Deus envia um leão matar um homem por não matar um profeta ( 1rs. 20:35-36) + 1 = 585.208 

Queimados vivos por Deus (2rs. 1:9-12) + 102 = 585.311 

Deus envia dois ursos para matar 42 crianças (2rs. 2:23-24) + 42 = 585.343 

Morreu por não crer em Elias (2rs. 7:17-20) + 1 = 585.344 

Jezebel (2rs. 9:33-37) + 1 = 585.355 

Deus mandou leões matar alguns estrangeiros (2rs. 17:25-26) +3 = 585.358 

Assírios (2rs. 19:35,) + 185.000 = 770.358 

Saul (1cr. 10, 14) +1 = 770.359 

Deus entrega Israel nas mãos de Judá (2cr. 13:15-17) + 500.000 = 1.270.359 

Jeroboão (2cr. 13:20) + 10 = 1.270.360 

O Senhor entregou os etíopes (2cr. 14:9-14) + 1.000.000 = 2.270.360 

Jeroão (2cr. 21:14-19) + 1 = 2.270.361 

A mulher de Ezequiel (ez. 24:15-18 ) + 1 = 2.270.362 

Ananias e sua esposa ( Atos 5:1-10) + 2 = 2.270.364 

Herodes ( Atos 12:23) + 1 = 2.270.365 

Então é isso, a contagem nesse momento está em dois milhões, duzentos e setenta mil, trezentos e sessenta e cinco mortes, todas provocadas ou ordenadas por deus. 

Vale lembrar novamente que esse número, apesar de grande, é apenas uma pequena parcela das mortes supostamente cometidas por Deus, já que não há como calcular quantos morreram no dilúvio, em Sodoma, ou em outros vários massacres a povos cujos números não foram divulgados na bíblia. 

E quanto a Satã? Quantas pessoas ele matou? Vamos ver: 

Jó 1,1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Era homem íntegro e reto, que temia a Deus e se desviava do mal. 

Jó 1,12 Ao que disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo o que ele tem está no teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão. 

Ou seja, Satã matou os dez filhos de Jó, mas reparem, com a permissão de deus! Logo, o correto seria ambos seres responsabilizados pelas mortes. 

Mas enfim, vamos dar essa colher de chá. Temos então o seguinte placar: 

Jeová: 2.270.365 mortes 
Satã: 10 mortes. 

Vocês tem certeza que não estão adorando o deus errado?


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Não devemos temer ...


Stupidity unlimited

Tive que postar essa imagem estava me incomodando muito.


Dia do Professor - 2012

Não poderia passar em branco =D


Insetos - 01


Família Phengodidae. Foto tirada na Amazônia brasileira.


Papilio troilus (verde)


heterophrynus sp. 


Dryococelus australis 




Cladonota Inflatus (tree hopper), natural da América Central.

Estilos cognitivos: entre a matemática e a crença em Deus?

Autor: Daniel Gontijo
Num primeiro momento, pode parecer estranho... mas Shenhav, Rand e Greene (2011) demonstraram que a forma como as pessoas lidam com a matemática pode revelar algo sobre sua crença em Deus. No entanto, as questões matemáticas que esses pesquisadores utilizaram em seus estudos continham "pegadinhas", ou problemas cujas respostas são intuitivamente atrativas, mas erradas. Em vez de medirem a habilidade dos participantes de somar, subtrair, dividir e multiplicar, eles estavam mais interessados em avaliar sua tendência a dar respostas intuitivasou refletidas àquelas questões. E, como resultado, constataram que a convicção com que os participantes disseram crer em Deus está correlacionada com essas tendências, ou com seus denominados "estilos cognitivos".



Por julgamentos intuitivos nós queremos dizer dos julgamentos feitos com pouco esforço e que são baseados em processos automáticos [ou instintivos], e por julgamentos refletidos nós queremos dizer dos julgamento em que o juiz [ou a pessoa] faz uma pausa para examinar criticamente os ditames de sua intuição, permitindo então a possibilidade de se chegar a uma conclusão menos- ou contraintuitiva (Shenhav, Rand e Greene, 2011).


Então, se pararmos por um momento para rever a questão, analisando cuidadosamente os dados e o enunciado, chegamos à contraintuitiva reposta de que a bola custa R$ 0,05. Notavelmente, as pessoas que deram respostas mais intuitivas no Cognitive Reflection Test (CRT) relataram ser mais crédulas na existência de Deus do que as que deram respostas mais refletidas -- e essa relação permaneceu significativa independentemente de sua idade, escolaridade e renda mensal.

Alguns críticos poderiam questionar se esses achados não podem ser explicados por outras variáveis que não pelos estilos cognitivos, como por exemplo pela personalidade e/ou inteligência dos participantes. Em um estudo complementar, os pesquisadores demonstraram que não: inteligência e personalidade não interferiram nos resultados. E, ainda no primeiro estudo, foi investigado se a influência religiosa que os participantes tiveram durante a infância estaria relacionada com a frequência de suas respostas intuitivas no CRT. Resultado: os dados não suportaram essa hipótese.

Para dar força à pista de que os estilos cognitivos explicam ou causam a crença em Deus, os pesquisadores delinearam um terceiro estudo, mas do tipo experimental. Basicamente, os participantes foram requisitados a escrever um parágrafo relatando uma situação na qual agiram intuitiva ou refletidamente, bem como se agir de uma ou de outra maneira produziu resultados positivos ou negativos. (Vale ressaltar que essas pessoas não puderam escolher qual situação e desfecho [positivo ou negativo] escrever. Em vez disso, elas foram randomicamente distribuídas dentre os quatro grupos possíveis.) Após serem submetidos a um desses quatro tipos de tarefa, cada participante respondeu à escala de religiosidade usada nos estudos anteriores. Como resultado, o relato da força ou convicção com que se acredita em Deus foi influenciado pelo tipo de contingência operada.(1) As pessoas que descreveram situações em que obtiveram bons resultados ao agir intuitivamente ou que obtiveram resultados ruins ao agir refletidamente alegaram crer mais em Deus. Alternativamente, os que descreveram bons desfechos ao agir refletidamente ou maus desfechos ao agir intuitivamente reportaram menoscredulidade. Com efeito, os pesquisadores concluíram que "a indução de mentalizações [mindsets] favorecendo a intuição (ou contrárias à reflexão) aumentaram significativamente o autorrelato da crença em Deus".

Lembrar da eficácia passada da intuição, ou da ineficácia da reflexão, aumenta a confiança com que se crê em Deus. 

Discutindo e teorizando
Os resultados dessa pesquisa sugerem que a crença em Deus e a maneira pela qual as pessoas encaram certas questões matemáticas são influenciadas, e quiçá causadas, por seu estilo cognitivo (mais intuitivo ou mais refletido). Interessantemente, a confiança na crença em Deus mostrou ser um fenômeno não imutável, mas experimentalmente modificável.(1)

Com base em outros estudos, Shenhav, Rand e Greene hipotetizam que a crença em Deus pode ser intuitiva por razões relacionadas a características mais gerais da cognição humana, as quais embasariam também as crenças no dualismo e no antropomorfismo. Esses processos intuitivos e automáticos poderiam, ao longo da vida, ser amenizados ou substituídos por processos refletidos e controlados. A despeito da coerência (teórica e empírica) dessas hipóteses, os autores não descreveram quais seriam as "características mais gerais da cognição humana" alegadas, bem como pouco se aventuraram a especular sobre que processosproduzem os estilos intuitivo e refletido. Mas eu vou me arriscar a dizer algo sobre este último ponto.

É bem provável que a cultura e as experiências individuais favoreçam ou dificultem o desenvolvimento, a manutenção e a prevalência de um ou outro daqueles estilos. Basicamente, diferentes culturas, famílias e pares podem fornecer consequências que reforçam ou enfraquecem os comportamentos intuitivo e refletido. Em seu famigerado O Mundo Assombrado pelos Demônios, Sagan (1996/2006) assevera que as escolas deveriam ensinar não só o que a ciência já descobriu, mas também como a ciência funciona. E ensinar o método científico corresponde, em parte, a ensinar o ceticismo e a estimular a pesquisa e a admiração pelos fenômenos naturais. E, como consta no prefácio de seu livro, questionar e admirar a natureza foi algo que Sagan aprendeu não na escola, mas principalmente em casa -- independentemente do fato de seus pais serem religiosos e pouco instruídos.

Ensinar o ceticismo não é simplesmente uma questão de "dar um empurrão" para que perguntas críticas e estimulantes apareçam; mais do que isso, é prover consequências que favoreçam seu desenvolvimento e manutenção. Pelo princípio da seleção por consequências,(2) deduzo que os ateus passaram consistentemente por situações nas quais indagar, desconfiar e testar foram comportamentos adaptativos, vantajosos ou "proveitosos", e que, pelo caminho alternativo, os mais crédulos se beneficiaram com frequência por agir intuitivamente, confiar nas autoridades e se apegar a respostas mais fáceis e agradáveis a certas questões. E é até possível, como aconteceu com Sagan -- e com alguns ateus com quem já conversei sobre o assunto --, que as contingências do primeiro tipo sejam naturalmente arranjadas num seio familiar cujos membros são religiosos.

Mas o que interpretar da correlação entre resolver pegadinhas de matemática, lembrar e escrever sobre certas situações e crer em Deus? Meu palpite é simples, senão óbvio: essas três ocasiões induziriam o aparecimento de respostas funcionalmente equivalentes,(3) então identificadas ou concebidas como os estilos refletido e intuitivo. Em outras palavras, parece haver uma tendência de sermos desconfiados ou intuitivos (em maior ou menor proporção) quando indagados sobre Deus e quando requeridos a solucionar certos problemas matemáticos. Contudo, dizer que agimos assim por causa de nossos estilos cognitivos não nos responde por que, naquelas ocasiões, fazemos julgamentos refletidos ou intuitivos. A explicação para o desenvolvimento, a manutenção e a prevalência de nossos julgamentos não está em nossos cérebros ou mentes, mas possivelmente nas variáveis ambientais a que fiz alusão acima.(4)

E o que dizer sobre o "efeito de priming",(1) então gerado pelo estudo experimental? Em primeiro lugar, as consequências de nossos comportamentos podem aumentar ou diminuir sua manutenção em tempo real (por exemplo, se admiramos uma pintura, então passamos mais tempo a observando), bem como podem aumentar ou diminuir a probabilidade de que eles sejam emitidos posteriormente (por exemplo, podemos voltar a contemplar aquela pintura em uma outra oportunidade). E o efeito dessas consequências pode se generalizar, isto é, pode afetar a emissão de respostas funcionalmente equivalentes às que tínhamos anteriormente emitido (por exemplo, podemos passar a contemplar obras de arte em geral, e não só a pintura que tínhamos inicialmente observado). Na pesquisa em discussão, observou-se que a resposta à pergunta "Com que força ou confiança você acredita em Deus?" foi influenciada pelos efeitos temporários produzidos pela tarefa que a precedeu (efeito de priming). Possivelmente, isso aconteceu em razão de os contextos arranjados (pergunta sobre acontecimentos passados e questão sobre Deus) evocarem comportamentos funcionalmente equivalentes, então concebidos como "estilo intuitivo" e "estilo refletido". Como um comportamento refletido foi previamente evocado e acompanhado por efeitos positivos (ou reforçadores), comportamentos posteriores desse mesmo tipo tiveram maior chance de aparecer (generalização temporária). Em conclusão, os dados parecem sustentar a hipótese de que o crer em Deus envolve os comportamentos genéricos de intuir e refletir.

No mais, deduzo que, se o refletir/desconfiar for um comportamento consistentemente estimulado/reforçado ao longo da vida, é possível que ele não apareça apenas em contextos interpessoais (em que as pessoas ocasionalmente querem nos enganar) ou escolares (em que podemos ser treinados para detectar pegadinhas em provas), mas também quando nos deparamos com certas ideias metafísicas. O cético é um indivíduo que, como sugerido por Sagan (1996/2006), está equipado com um "kit de detecção de mentiras", e este kit pode ser utilizado em enumeráveis circunstâncias cotidianas -- desde que as respostas que o compõem sejam frequentemente seguidas por consequências reforçadoras.

Notas
(1) O priming é um "efeito experimental que se refere à influência que um evento antecedente (prime) tem sobre o desempenho de um evento posterior (alvo)" (Wikipsicolinguística). Para ler um pouco sobre o assunto, sugiro um passeio peloblogue do André Rabelo.

(2) Tal como ocorre no nível da espécie, em que indivíduos levemente modificados (pela variação genética) podem ser selecionados por suas vantagens adaptativas, "estímulos consequentes à ocorrência de uma resposta explicam a mudança na probabilidade de ocorrência futura de respostas" desse tipo (Darwich e Tourinho, 2005). Em outras palavras, as consequências de certas repostas (que variam) as selecionam (no sentido de torná-las mais prováveis) ou as colocam em extinção (no sentido de torná-las menos prováveis). Se a consequência de uma resposta aumentar sua manutenção e/ou frequência, ela é chamada reforçadora; se uma consequência diminuir sua manutenção e/ou frequência, punitiva.

(3) Respostas funcionalmente equivalentes são aquelas que se assemelham quanto às consequências que produzem e, com efeito, pelas quais são mantidas. Por isso, podemos concebê-las como respostas de um mesmo tipo ou de uma mesma classe.

(4) Questões sobre o desenvolvimento são melhor respondidas por processos que envolvem a relação de um indivíduo com seus variados ambientes (interpessoais, educacionais etc.), podendo também a filogênese e a variabilidade genética ser considerados. Para críticas sobre a limitação com se explicar fenômenos comportamentais exclusivamente pelas variáveis internas (mentais ou encefálicas).


Referências
Darwich, R. A., & Tourinho, E. Z. (2005). Respostas emocionais à luz do modo causal de seleção por consequências. Revista Brasileira de Terapia Cognitiva e Comportamental, VII, 107-18.
Sagan, C. (1996/2006). O Mundo Assombrado pelos Demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras.
Shenhav, A., Rand, D. G., & Greene, J. D. (2011). Divine intuition: Cognitive style influences belief in God. Journal of Experimental Psychology: General. Advance online publication. doi:10.1037/a0025391